Impressão tridimensional no campo farmacêutico e a aplicação da nanotecnologia
Impressão 3D; Nanotecnologia; Administração oral; Polímeros; Termoextrusão
A utilização da impressão 3D na área farmacêutica promete revolucionar a forma de se utilizar um medicamento, tendo a completa personalização como uma das principais vantagens do seu uso, com destaque para a impressão 3D por modelagem de fusão e deposição que incorpora no seu processo técnicas já utilizadas na indústria farmacêutica, como a termoextrusão. Com essa tecnologia se ampliou as possibilidades terapêuticas, visto que mudanças nos parâmetros de impressão, podem afetar características importantes do medicamento como a dosagem e o perfil de liberação. Os avanços nessa aplicação medicinal da tecnologia 3D vêm trazendo também novas vertentes de terapia, como a combinação com outras tecnologias de grande impacto, como a nanotecnologia. A nanotecnologia já vem demonstrando seu impacto há anos na área farmacêutica e se amplia ainda mais quando existe o envolvimento de materiais poliméricos associados a fármacos, devido a tendência destes materiais de formarem nanopartículas de forma espontânea em determinadas condições de dissolução. Com isso, o presente trabalho tem objetivo de investigar a impressão 3D por modelagem de fusão e deposição como uma forma confiável de obtenção de formas farmacêuticas e sua correlação com a nanotecnologia, seja pela formação espontânea de nanocompostos ou pela inclusão de nanopartículas em formulações que serão impressas. A primeira parte do estudo avaliou o impacto dos parâmetros de impressão na obtenção de protótipos de medicamentos, evidenciando a necessidade de protocolos de validação para incorporar a tecnologia na produção de medicamentos. Na segunda parte do estudo foi feita uma investigação da formação de nanopartículas de forma espontânea pela dissolução de comprimidos feitos por impressão 3D, formulados com três diferentes polímeros e utilizando a naringenina como o fármaco modelo. O resultado demonstrou a formação das partículas nos três polímeros testados, encapsulando uma quantidade considerável do fármaco, demonstrando a necessidade de conhecer esse processo como uma forma de prever como estas partículas podem afetar a absorção oral destes compostos. Por fim, as perspectivas futuras são a incorporação de nanopartículas de oxido de ferro em uma forma farmacêutica oral feita por impressão 3D, investigando seu processo de dissolução e a possibilidade da sua utilização por via oral para o tratamento de deficiência de ferro.