Impactos da Pandemia de Covid-19 que Geraram Alterações no Padrão de Sono e o Desenvolvimento da Síndrome de Burnout em Profissionais da Secretária de Saúde do Distrito Federal
pandemia; covid-19; profissionais de saúde; saúde mental; síndrome de burnout
Resumo: O estudo revela uma série de desafios enfrentados durante a pandemia de COVID-19. Além das implicações diretas na saúde pública, a pandemia afetou significativamente o bem-estar emocional e o padrão de sono dos profissionais de saúde, aumentando os riscos de desenvolvimento da Síndrome de Burnout. O objetivo da pesquisa foi investigar a relação entre a alteração no padrão de sono e o desenvolvimento da Síndrome de Burnout em profissionais de saúde da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, utilizando uma abordagem descritiva, longitudinal e quanti-qualitativa (Rodrigues et al., 2021). O estudo envolveu uma amostra de 276 profissionais de saúde da rede pública do Distrito Federal, que atuaram na linha de frente no enfrentamento da COVID-19. A coleta de dados seguiu as diretrizes éticas e utilizou um questionário online. Os participantes responderam a um questionário sobre seu perfil sociodemográfico, desenvolvido pela própria pesquisadora, além dos questionários validados Copenhagen Burnout Inventory (CBI) e Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI) para avaliar a Síndrome de Burnout e a qualidade do sono, respectivamente (Nascimento et al., 2017). A análise estatística explorou as relações entre o padrão de sono e o desenvolvimento da Síndrome de Burnout por meio de testes não paramétricos, Qui-quadrado, e correlações Tau de Kendall. Os resultados da pesquisa demonstraram um predomínio do sexo feminino 216 (78,3%) participantes, com faixa etária majoritária entre 40 e 49 anos 112 (40,6%) participantes. A maioria dos participantes eram enfermeiros 76 (27,5%). As correlações Tau de Kendall mostraram correlações fracas entre as variáveis analisadas: Burnout relacionado ao cliente (τ = 0,177), Burnout relacionado ao trabalho (τ = 0,282) e Burnout pessoal (τ = 0,429). Embora o sono de má qualidade contribua para o desenvolvimento do Burnout, ele é apenas um dos muitos fatores envolvidos. Outras variáveis, como a carga horária de trabalho, as condições de trabalho, o nível de suporte emocional e a natureza das tarefas desempenhadas, também desempenham papéis significativos. Os testes Quiquadrado mostraram-se significativos (p= 0,000) ao avaliar o sono insatisfatório e elevado nível de Burnout: 195 (86,3%) para Burnout pessoal, 188 (83,2%) para Burnout relacionado ao trabalho (p=0,000) e 116 (51,3%) para Burnout relacionado aos clientes (p=0,006). A pesquisa ofereceu uma visão abrangente dos desafios enfrentados pelos profissionais de saúde durante a pandemia de COVID-19, como a sobrecarga de trabalho e o medo do desconhecido, destacando a importância crítica da saúde mental e do bem-estar emocional desses profissionais.