AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE DE PARAFENILENODIAMINA EM PRODUTOS COSMÉTICOS – UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
“Revisão sistemática, parafenilenodiamina, PPD, cosméticos, toxicidade”
“O uso crescente de cosméticos decorativos, especialmente por crianças, tem grado preocupação sobre a exposição crescente a compostos presentes nas formulações desses produtos. Muitos desses compostos são considerados inertes em baixa concentração, mas o uso excessivo pode elevar a exposição e ultrapassar os limites seguros. Esta Revisão Sistemática (RS) avaliou a segurança da parafenilenodiamina (PPD) em cosméticos, considerando sua toxicidade e reações alérgicas associadas. O uso da PPD está relacionado a reações alérgica cutâneas, como dermatite de contato, e a efeitos tóxicos sistêmicos, incluindo distúrbios gastrointestinais, angioedema, convulsões, tremores, dispneia, atrofia hepática, sonolência, insuficiência renal, parada cardíaca, urina escura e, em caso extremos, óbito. O objetivo foi verificar se a concentração atualmente permitida de PPD está associada a casos de toxicidade. Foram incluídos estudos pré-clínicos (in vivo e in vitro) e estudo clínicos (ensaios clínicos não randomizados) encontrados nas bases de dados Pubmed, Embase, Scopus, Lilacs e Medline. Além disso, foi usada a literatura cinza pesquisada no Google Scholar. Os dados foram coletados em 21 de agosto de 2023, e atualizados em 21 de junho de 2024. O protocolo da RS foi registrado no PROSPERO (CRD42024583665) e conduzido conforme as diretrizes do PRISMA. A extração de dados e avaliação do risco de viés foram realizadas por dois revisores, com supervisão de um coordenador. A extração de dados ocorreu por meio do uso da ferramenta Rayyan, e a análise do risco de viés foi realizada por meio da ferramenta ROBINS-I da Chrocane. Dos 2.463 artigos identificados, 1.120 foram mantidos após a remoção das duplicatas. Após a primeira etapa (leitura de títulos e resumos) e a segunda etapa (leitura na integra), 90 artigos foram selecionados: 4 ensaio clínico não randomizado, 27 estudos in vivo, 46 estudos in vitro, 11 estudos combinado in vivo e in vitro e 2 que incluíam ensaios clínicos não randomizados e estudo in vitro. Os resultados apontaram a PPD como um forte sensibilizador, relacionada a reações positivas em teste de contato e elicitação da Dermatite de Contato Aguda. Também foram observadas reações cruzadas com outros alergênicos e o potencial efeito protetor do uso de antioxidantes para mitigar reações adversas. Esses achados reforçam a importância de avaliar continuamente os limites seguros de uso da PPD. No entanto, é necessário observar mais dados brasileiros para determinar se a concentração atualmente permitida é adequada.”