REPOSICIONAMENTO DE FÁRMACOS PARA O TRATAMENTO DA TUBERCULOSE: UMA ANÁLISE IN SILICO E IN VITRO
tuberculose; Mycobacterium tuberculosis; reposicionamento de fármacos; in silico; in vitro
A tuberculose é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis e acomete 10 milhões de pessoas por ano, levando mais de 1 milhão a óbito no mesmo período. Os medicamentos utilizados para o tratamento de primeira linha da tuberculose são a Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol, que podem perder sua eficácia devido à resistência associada a diversas mutações que a bactéria pode apresentar. Considerando a dificuldade de lançamento de medicamentos inovadores, uma alternativa é o reposicionamento de fármacos que se encontram no mercado e que ainda não foram testados para essa patologia específica. Uma forma que diminui custos e tempo investidos para a escolha de um fármaco é a metodologia in silico, que consiste em realizar testes computacionais para predizer se existe interação entre a molécula de interesse e o alvo molecular. No presente estudo, realizou-se a busca de potenciais ligantes a alvos moleculares dos fármacos de primeira linha isoniazida (enoil-ACPredutase) e rifampicina (RNA-polimerase). O ligante obtido com melhor resultado (para ambos os alvos) in silico foi a Coenzima Q10, que foi então avaliado in vitro para a determinação de sua Concentração Inibitória Mínima (CIM) com a finalidade de verificar o efeito dessa molécula diretamente na bactéria da tuberculose. O resultado obtido não demonstrou alta atividade dentro da faixa de concentração testada, o que denota a importância dos testes biológicos mesmo com resultados computacionais relevantes. Outros ligantes devem ainda ser testados para se confirmar se a abordagem computacional obteve algum grau de eficácia.