DOENÇAS METABÓLICAS, NEOPLÁSICAS E TÓXICAS EM PRIMATAS NÃO-HUMANOS DO DISTRITO FEDERAL E ENTORNO
primatas neotropicais, doenças relacionadas a idade, neoplasias, doenças metabólicas, envenenamento.
O estudo de doenças metabólicas, neoplásicas e tóxicas em primatas não humanos neotropicais evoluiu significativamente, destacando sua importância como modelos para pesquisas em saúde humana. Além disso, é fundamental estar atento a novas doenças que possam impactar essas populações e prejudicar a conservação dessas espécies. Dessa forma, o objetivo principal deste trabalho é determinar as enfermidades metabólicas, neoplásicas e tóxicas diagnosticadas em primatas não humanos (PNHs) de vida livre e de cativeiro no Laboratório de Patologia e Perícia Veterinária da Universidade de Brasília (LPPV-UnB), caracterizar os achados epidemiológicos e anatomopatológicos, e avaliar o impacto dessas doenças nessas populações. Foi realizado um estudo retrospectivo dessas alterações em PNHs registrados nos arquivos do LPPV-UnB entre janeiro de 2012 e novembro de 2024. As informações epidemiológicas, clínicas e os achados anatomopatológicos foram compilados a partir dos registros de necropsia e fichas epidemiológicas. A partir desse levantamento, foram produzidos três artigos científicos. Dois deles foram publicados na Journal of Medical Primatology (JMP), e o terceiro, na Toxicon. O primeiro artigo na JMP relatou um caso de carcinoma endometrioide em um Callithrix penicillata fêmea, adulta de cativeiro, com metástase para a cavidade torácica e músculo peitoral. O segundo artigo abordou um caso de mesotelioma em um Sapajus libidinosus, fêmea adulta, de vida livre, que apresentou conteúdo amarelado e grumoso nas cavidades abdominal e torácica, além de nódulos firmes e irregulares disseminados pelas serosas dos órgãos. O terceiro artigo, publicado na Toxicon, descreveu um ataque de abelhas ocorrido no Centro de Primatologia da Universidade de Brasília, que resultou na morte de uma Sapajus libidinosus e de um Saimiri ustus. Ambos apresentaram insuficiência renal aguda secundário a alta inoculação do veneno. Esses resultados reforçam a importância do estudo de doenças metabólicas, neoplásicas e tóxicas em primatas não humanos, um campo emergente de grande relevância, especialmente diante da crescente interação entre animais silvestres e ambientes antropizados.