Banca de DEFESA: Cristiane Moura Lopes

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Cristiane Moura Lopes
DATA : 21/02/2025
HORA: 16:00
LOCAL: https://meet.google.com/pwg-hjhd-iwn
TÍTULO:

TDAH na Perspectiva das Crianças: subjetividades, narrativas e reproduções interpretativas no contexto escolar


PALAVRAS-CHAVES:

Pesquisa com crianças; TDAH; Reprodução Interpretativa; Rotulagem; Medicalização; Interseccionalidade


PÁGINAS: 250
RESUMO:

Esta tese tem como foco o estudo das percepções das crianças diagnosticadas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), destacando como, no espaço escolar, elas constroem suas identidades e subjetividades antes e após a consolidação do diagnóstico. A pesquisa foi realizada com meninos e meninas de 6 a 10 anos, idade em que a incidência do transtorno se torna mais evidente, segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. O estudo ocorreu em uma escola de ensino fundamental em Brasília-DF e incluiu educadores e familiares, a partir de um trabalho etnográfico. Fundamentada nos estudos teóricos e metodológicos da Sociologia da Infância e da Antropologia da Criança, e ancorada na preocupação ética, extremamente necessária em trabalhos envolvendo pesquisas com crianças, parte-se do entendimento de que elas são agentes sociais plenos, ativas na produção de culturas e na ressignificação de discursos que as atravessam. A coleta de dados envolveu observação participante, entrevistas narrativas, desenhos infantis, entrevistas semiestruturadas com professores e questionários para familiares. Analisou-se tanto as percepções das crianças com TDAH quanto das demais. A partir dessas percepções, verificou-se que as narrativas infantis revelam a reprodução interpretativa, conceito de Corsaro (2011), demonstrando que as crianças não apenas absorvem os significados sociais do TDAH, mas também os transformam. Aspectos como (des)atenção não são percebidos pelas crianças como déficits generalizados, mas seletivos, modulados pelo interesse, pela dinâmica das aulas e pelo contexto em que estão inseridas. A medicalização aparece como fenômeno ambíguo: se por um lado as crianças relatam melhora na atenção com a medicação, por outro, muitas nãopercebem mudanças significativas quando não medicadas. Foi possível identificar uma estrutura recorrente na experiência do TDAH, marcada pelo diagnóstico e pelo estigma associado. Desenvolveramse quatro categorias analíticas: autorrotulagem e rotulagem hipotética (antes do diagnóstico clínico), rotulagem ipso facto (após a confirmação do diagnóstico) e rotulagem ipso facto extensiva (quando novos diagnósticos são adicionados posteriormente), evidenciando a progressão do estigma e seus impactos sociais, emocionais e educacionais na vida das crianças. Constatou-se também que o encaminhamento escolar, embora baseado em cautela, pode reforçar a rotulagem precoce. Evidenciou-se também a interseccionalidade entre o TDAH e o marcador social referente à diferença racial.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - AMURABI PEREIRA DE OLIVIERA - UFSC
Externa à Instituição - DAYANA BRUNETTO CARLIN DOS SANTOS - UFPR
Presidente - 1023668 - MARCELO PINHEIRO CIGALES
Interna - 2079994 - TANIA MARA CAMPOS DE ALMEIDA
Externa ao Programa - ***.785.403-** - VANESSA PAULA PONTES - UNICAMP
Notícia cadastrada em: 18/02/2025 14:33
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