A ideia de comunismo para o bolsonarismo e o magnetismo anticomunista
anticomunismo; bolsonarismo; comunismo; extrema direita
Por meio da metodologia da sociologia associativa, esta dissertação têm o objetivo de aprofundar-se nas complexidades do seu objeto de investigação: a ideia de comunismo para o bolsonarismo. Por meio do conceito de magnetismo anticomunista, propõe uma explicação teórica para o comportamento aparentemente aleatório deste objeto. Para isso, adota como ponto de partida as teorizações sobre o comunismo feitas pelos próprios bolsonaristas. Em seguida, passa a descrevê-las e associá-las com outras manifestações do anticomunismo ao longo da história do Brasil. Por fim, teoriza o modo de ordenação da ideia de comunismo para o bolsonarismo como um ordenamento padronizado pelas composições históricas do senso comum e do status quo. Os atores dessas composições são atraídos ou repelidos conforme sua natureza seja, respectivamente, ofensiva ou agradável ao status quo e ao senso comum. Sob o auxílio de outros termos técnicos que compõem o aparato teórico do magnetismo anticomunista, essa dissertação defende que a ideia de comunismo para o bolsonarismo têm como parâmetros para definir o que é comunismo aquilo que for ofensivo ao senso comum, e para definir quem é comunista, aqueles que questionarem a manutenção do status quo tradicionalista. Essa dinâmica semântica ocorre devido ao magnetismo anticomunista ter como causa a defesa do status quo, e ter como fim a dupla tarefa de popularizar a manutenção do status quo e de deslegitimar os argumentos populares oriundos das forças questionadoras da ordem. Esta dissertação tem como referencial teórico-metodológico os desenvolvimentos da Teoria Ator-Rede produzidos por Bruno Latour, John Law e Michel Callon. E, como referencial histórico, destaca-senesta dissertação os estudos sobre o anticomunismo brasileiro feitos por Rodrigo Patto Sá Motta