Trajetórias Individuais e Coletivas da Psicologia Negra e Antirracista no Brasil (1976-2023)
trajetórias; psicólogas negras; psicologia antirracista; psicologia negra; história do Brasil.
Nesta dissertação, desenvolvo um esforço analítico acerca dos caminhos da formação de uma psicologia negra e antirracista tendo como pontos de referência as trajetórias das psicólogas Maria Lúcia da Silva (Lucinha Silva) e Maria de Jesus Moura (Jesus Moura). Recorro ao repertório metodológico da história oral, em articulação com princípios e perspectivas da história social, da psicologia e dos estudos das emancipações e do pós-abolição, a fim de dimensionar o impacto dos percursos individuais dessas duas intelectuais ativistas em experiências coletivas de amplo alcance e vice-versa. As entrevistas realizadas permitiram, uma vez articuladas com outras fontes documentais textuais e imagéticas, evidenciar desde memórias das suas vidas pessoais e seus processos subjetivos, até suas atuações no movimento social negro e em instituições ligadas à psicologia e à psicanálise no Brasil a partir da década de 1970 até atualidade. O estudo das trajetórias, no período analisado, acompanha processos que desencadearam no reconhecimento do racismo no campo científico-profissional, como também na divulgação da produção de conhecimento e do fazer profissional de psicólogas(os) e psicanalistas negras(os). Há nisso o interesse de demonstração da agência das mulheres negras aqui estudadas como sujeitos históricos que, em suas atuações, reposicionaram o lugar da população negra frente ao tema da saúde/saúde mental, a partir de ações políticas alinhadas às suas experiências no ativismo social negro.