O recurso ao passado em O Cemitério de Praga
Umberto Eco; história e ficção; pós-modernismo.
Esta dissertação investiga o fenômeno da autorização do discurso ficcional em O Cemitério de Praga (2010), de Umberto Eco, a partir da mobilização reflexiva do passado. Foi estruturada em três eixos, distribuídos em três capítulos. O primeiro enfoca a construção do efeito de verossimilhança no enredo segundo paradigmas sociais e literários do século XIX. O segundo apoia-se na primeira recepção do romance, determinante para que esses efeitos de verossimilhança fossem validados. No terceiro, enfim, discute-se a relação de O Cemitério de Praga com a dimensão teórica e literária dita “pós-moderna”, no que diz respeito às advertências sobre a relativização do passado na narrativa. Com isso, buscou-se integrar as estratégias literárias empregadas pelo autor a seu trabalho intelectual, às polêmicas em torno da recepção do texto e às disposições éticas na base de sua atividade pública, entendendo-os, todos, como mecanismos de afirmação de autoridade na base do livro.