DE LADRÃO A DONO DO LUGAR. ANCESTRALIDADE E AFROFUTURISMO NA OBRA DE DJONGA
Movimento Negro; Ancestralidade; Afrofuturismo; Djonga; Temporalidades.
Referenciada nos estudos africanos, afrodiaspóricos e no afrofuturismo - como área de pesquisa e atuação interdisciplinar dos estudos do (ou sobre o) futuro -, esta dissertação tem como objetivo analisar como Gustavo Pereira Marques, mais conhecido como Djonga, a partir dos seus álbuns Ladrão (2019) e O Dono do Lugar (2022), reflete, interpreta e ressignifica algumas experiências históricas em seu contexto enquanto artista afro-brasileiro. Amparada nos conceitos de Ancestralidade e Afrofuturismo, como movimentos plurais, e questionando-me sobre o tempo e as temporalidades como marcadores de processos históricos, busco compreender como o artista Gustavo Marques é representativo ao Movimento Negro e como a sua produção pode ser classificada no campo do Afrofuturismo ao arquitetar futuros possíveis, usando uma lente cultural, interpretativa e histórica negras. Defendo a noção de que é a ancestralidade e o afrofuturismo, por meio do tempo espiralar, que permitem que o Djonga caminhe artisticamente entre a figura de ladrão e a de o dono do lugar, considerado nessa pesquisa mais que a nomenclatura das suas obras a serem analisadas, como também uma afirmação de si e de suas intencionalidades enquanto sujeito histórico, cultural, artístico e político.