Banca de DEFESA: Ada Dias Pinto Vitenti

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Ada Dias Pinto Vitenti
DATA : 14/10/2022
HORA: 14:30
LOCAL: PPGHIS
TÍTULO:

“As travessias dos vissungos: histórias, memórias e trajetórias de uma musicalidade bantu no Brasil (1928 – 2019)”


PALAVRAS-CHAVES:

história, memória, identidade, musicalidade, diáspora africana, decolinialidade


PÁGINAS: 191
RESUMO:

A presente tese é fruto da investigação das travessias dos vissungos no Brasil durante os séculos XX e XXI a partir dos vestígios por eles deixados. Vissungos são entendidos aqui como uma prática cultural, uma filosofia, uma episteme, uma maneira de estar e conceber o mundo, transmitidos, sobretudo, através de cantos. Tais cantos, que apresentam características de práticas culturais/musicais centro-africanas, eram entoados pelos escravizados e escravizadas, em várias ocasiões e em espaços públicos na região do garimpo em Diamantina, Minas Gerais durante o século XIX, e foram recolhidos entre os descendentes dos escravizados na região citada, em especial nos povoados de Quartel do Indáia, São João da Chapada, Milho Verde e Serro. O primeiro pesquisador a registrar as letras e a melodia dos vissungos em partituras foi Aires da Mata Machado, entre as décadas de 1920 e 1930. Entre 2001 ̸2002a pesquisadora Lúcia Valéria do Nascimento, em viagem à região de Diamantina – MG, encontrou apenas 14 vissungos preservados na memória dos cantadores, dos 65 registrados por Aires da Mata Machado Filho. No entanto, novos cantos foram encontrados, bem como narrativas sobre os rituais de sepultamento. Entre 1928 e 1970 os vissungos não soaram e nem seu nome foi acionado além das montanhas de Minas Gerais, com exceção de algumas pesquisas acadêmicas e a gravação de cinco vissungos por Luiz Heitor Correa de Azevedo em 1944. A partir de 1974/1975 é formado no Rio de Janeiro um importante grupo de música negra moderna, o “Grupo Vissungo”. Em 1982, foi gravado no Rio de Janeiro, o Lp intitulado “O canto dos escravos” que registrou quatorze vissungos. No início do século XXI nota-se o aparecimento de documentários sobre os vissungos, bem como novas releituras dos mesmos por músicos brasileiros. Os vissungos constituem um modo de ser e estar no mundo, uma linguagem e episteme que informou (e informa) a população conectada à diáspora africana do Brasil. Assim, construímos as análises com base teórico/metodológica reflexões oriundas da História Cultural e dos estudos culturais, de teorias sobre história e memória, princípios da Análise do Discurso e dos estudos decoloniais, entre outros. Assim, tecemos a tese procurando colocar em diálogo as variadas reconfigurações dos vissungos pela população negra durante os séculos XX e XXI. Dessa forma, colocamos que as transformações, releituras e apropriações dos vissungos no século XX e XXI no Brasil demonstram o quanto esse modo de ver e estar no mundo conectou (e conecta) pessoas em lugares diversos, enquanto signo de constituição identitária que possui, dentre outros, a ancestralidade africana como suporte.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - MIRANICE MOREIRA DA SILVA
Interno - 2554178 - ANDERSON RIBEIRO OLIVA
Interno - 2191429 - ANDRE CABRAL HONOR
Interna - 1891798 - ELOISA PEREIRA BARROSO
Externo à Instituição - MARCOS FABRÍCIO LOPES DA SILVA
Notícia cadastrada em: 10/10/2022 14:44
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