“Suicidados” e “cocorocas”: a ditadura civil-militar brasileira nas crônicas de Stanislaw Ponte Preta, de 1964 a 1968
Crônica. Ditadura civil-militar brasileira. Política. Práticas e Representações. Stanislaw Ponte Preta.
O objetivo desta pesquisa é investigar a produção de representações sobre a ditadura civil-militar brasileira entre 1964 e 1968 a partir das crônicas de Stanislaw Ponte Preta. Compreende-se que o golpe de 1964 e a instalação da ditadura aconteceram em meio a disputas sociais e políticas, que se expressam também no campo do simbólico e do imaginário. Desse modo, esta pesquisa investigou a forma em que o imaginário político e social se realiza nas crônicas de Ponte Preta, não somente a partir dos elementos textuais, mas também a partir das mediações sociais e culturais, que referenciam e que condicionam a sua escrita e a sua leitura. A metodologia da pesquisa se baseou no cotejamento de fontes históricas, na análise da produção literária de Stanislaw, no diálogo com a historiografia sobre o período e em reflexões sobre autoria, literatura, imprensa e produção do humor. Foram selecionadas como fontes históricas fundamentais para a investigação a coluna de Stanislaw Ponte Preta no jornal Última Hora e suas crônicas publicadas nos livros Garoto Linha Dura e na série Festival de Besteira que Assola o País. A partir da concepção de que a construção de um texto ocorre através de dinâmicas sociais, que envolvem o autor, o público leitor e as condições para sua produção e circulação, este trabalho considerou a dimensão política que marca as práticas e representações constituídas pelas crônicas de Stanislaw entre 1964 e 1968.