Banca de DEFESA: José Willem Carneiro Paiva

violência; misticismo; Thomas Müntzer; Reforma Protestante; Sacro Império Romano.

A presente tese discute a construção da ideia de violência nos escritos e correspondências do teólogo alemão Thomas Müntzer (1489?-1525). É lugar comum, na historiografia dedicada ao religioso, descrevê-lo como o pastor violento da Reforma Protestante. Rotulado como “o satan de Allstedt” por Martinho Lutero (1483-1546), é a sua participação na Guerra dos Camponeses, liderando revoltosos na Turíngia no início de 1525, que é privilegiada no reforço de sua imagem como reformador “revolucionário”. No entanto, procuraremos demonstrar que Müntzer propõe, entre os anos de 1519 e 1525, através da constituição de uma gramática moral, uma inflexão no significado da violência: matar padres e príncipes em campo de batalha não seria violência porque, na verdade, esta seria praticada contra os “eleitos” através do “roubo” e do “impedimento” da “verdadeira fé”.