RACISMO AMBIENTAL E PARTICIPAÇÃO SOCIAL: A ATUAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL NO COMBATE ÀS DESIGUALDADES SOCIOAMBIENTAIS EM SANTA LUZIA/DF
Racismo ambiental; saneamento básico; direito humano à água; Santa Luzia/DF; movimentos sociais.
A pesquisa trata do racismo ambiental pela perspectiva de acesso ao saneamento básico, principalmente acesso à água potável, tendo como objeto empírico as desigualdades socioambientais em Santa Luzia/DF, localizada na Região Administrativa SCIA/Estrutural. O objetivo do trabalho é analisar de que maneira a sociedade civil de Santa Luzia/DF tem se organizado para reivindicar o fornecimento de água potável e como esses atores sociais reconhecem a face racial das desigualdades na prestação de serviços de saneamento básico. A definição de racismo ambiental apresentada neste trabalho dialoga com autores do movimento decolonial, e a base teórica, por sua vez, está na teoria Ator-Rede que enxerga as redes intersetoriais como estratégias da gestão pública cujo objetivo é unir diferentes setores e atores para desenvolver ações que enfatizem a complexidade das questões sociais no desenvolvimento das políticas públicas. A partir da análise de dados sobre os serviços de saneamento básico em Santa Luzia/DF, observamos que a população desta região não tem disponível este direito garantido pela constituição. Se tomarmos essas desigualdades no acesso ao saneamento básico em termos de cor/raça e renda, perceberemos que a exposição de minorias étnico-raciais a formas precarizadas de acesso à água e de destinação do esgoto e do lixo confronta a ideia de que todas as pessoas estão sujeitas, igualitariamente, a complicações ambientais sem distinção de origem, credo, cor ou classe.