Mulheres negras e as câmeras: a presença de mulheres negras na produção audiovisual do Distrito Federal
mulheres negras; audiovisual; mercado de trabalho; políticas públicas.
Apesar das transformações ocorridas na sociedade brasileira, o mercado cinematográfico ainda é marcado por estereótipos que predominam não apenas nas narrativas midiáticas e audiovisuais como também nas estruturas do mercado de trabalho do setor. Há resquícios de um cenário patriarcal e a participação dos negros, em especial, das mulheres negras é reduzida, em razão, entre outros fatores, do caráter elitista no campo audiovisual. As mulheres são atravessadas por diversos silenciamentos dentro dessa indústria dos quais destacamos a falta de papéis fortes e afirmativos, representações subalternizadas e o apagamento de suas histórias em filmes não realizados ou mesmo filmes produzidos, porém, marginalmente comercializados porque não atingiram o grande público. Diante desse contexto, a presente dissertação propõe-se a analisar a participação das mulheres negras na concepção, produção, crítica e pensamento acerca da produção audiovisual do Distrito Federal. A partir de entrevistas narrativas com mulheres negras cineastas, analisam-se as interseccionalidades de raça, gênero e classe e os modos de inserção dessas mulheres no mercado de trabalho audiovisual do Distrito Federal, suas possibilidades de atuação e, sobretudo, o racismo ao qual são submetidas. Logo, a investigação pretende “jogar luz” no mercado do cinema como espaço de construção de políticas públicas de ação afirmativa em direção a uma indústria audiovisual mais diversificada, igualitária e inclusiva.