Caracterização granulométrica e mineralógica de sedimentos de manguezais da Ilha de Tinharé, Bahia, Brasil: uma contribuição ao manejo ambiental e à elaboração de modelo deposicional.
Sedimentos bioclásticos; Halimeda; Cimentação; Aragonita; Mg-calcita.
Este trabalho examina as características granulométricas e mineralógicas de sedimentos obtidos de dois manguezais — Pedarta e Garapuá — localizados na Ilha de Tinharé (BA). A distribuição das classes granulométricas e as formas dos grãos são principalmente influenciadas pela energia hidrodinâmica das marés e pelas condições do substrato. De modo geral, ambos os manguezais apresentam uma prevalência de areia média a muito fina, mal selecionada (0,5 a 0,125 mm), com Pedarta atingindo até 40%, e Garapuá ultrapassando 60%. Os sedimentos consistem em bioclastos retrabalhados e grãos siliciclásticos, juntamente com minerais autigênicos, como halita, gipsita e cimentos carbonáticos. Os grãos de bioclastos (Halimeda, moluscos e outros) são predominantemente fragmentos sub-arredondados e perfurados, enquanto os constituintes siliciclásticos são quartzo sub-angular, feldspato (albita, microclina), micas e raros grãos de gibbsita. A composição mineral, determinada por meio de análise por difração de raios X da amostra total de ambos os manguezais, revela os constituintes principais em cada um: aragonita, halita, quartzo, Mg-calcita, calcita e caulinita. Além disso, outros minerais como albita, microclina, gipsita e gibbsita estão presentes, contribuindo para a diversidade mineralógica geral. A morfologia e regime de energia do manguezal Pedarta não favorece a formação de cimento de composição Mg-Calcita nos bioclastos, em contrapartida, Garapuá, sujeita à ação das ondas devido à sua morfologia e descontinuidade do recife de coral, revelou bioclastos cimentados com cimento calcítico de alto Mg.