COLETIVO DE MÃES E GESTÃO PARTICIPATIVA NA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA: características, demandas e desafios à equidade de gênero
Movimento Social; Gênero; Mulheres; Gestão Pública; Participação
O estudo analisa a influência do Coletivo de Mães da Universidade de Brasília (CMUnB) na gestão participativa universitária, sob a perspectiva da equidade de gênero. O CMUnB, fundado em 2016, ganhou força durante a pandemia em 2020, atuando virtualmente como movimento de apoio entre mães e luta por conquistas de demandas do grupo junto à gestão da UnB. O Coletivo na UnB possui atualmente 144 membras no WhatsApp e 543 seguidores no Instagram. A pesquisa questiona se o Coletivo influencia a identificação, elaboração e implementação de ações institucionais na perspectiva de gênero. Os seguintes argumentos centrais orientam a pesquisa: o diálogo entre o Coletivo de Mães e a gestão da UnB facilita a identificação de soluções e desafios enfrentados pelas mães; a organização das mulheres em coletivo fortalece sua voz, bem como a articulação política e a capacidade de influenciar na tomada de decisões voltadas para esse grupo. Interessa ao estudo investigar se as participantes do coletivo de mães reeditam ou realizam a crítica das desigualdades estruturais de gênero. Os objetivos específicos incluem: identificar o perfil e demandas do Coletivo; mapear processos de diálogo com a gestão; avaliar se as reivindicações promovem ou reproduzem assimetrias de gênero no trabalho do cuidado; e propor recomendações para ampliação da equidade. O estudo se justifica pela necessidade de aprofundar o debate sobre participação de mães no ensino superior e sua contribuição para democratização da gestão pública. A pesquisa utilizará uma abordagem metodológica mista sequencial exploratória, combinando métodos quantitativos e qualitativos. Será desenvolvida em duas etapas principais: na primeira, será aplicado um questionário online para uma amostra acidental de mulheres integrantes do CMUnB, com expectativa de retorno estimada em 72 a 105 (50 a 70%) respondentes. Nessa fase, pretende-se identificar o perfil sociocultural e as demandas do Coletivo, com análise estatística descritiva e observação participante complementar em redes sociais. Na segunda etapa, qualitativa, a partir dos resultados dos questionários, serão realizadas entrevistas semiestruturadas com representantes do Coletivo e gestores da UnB. Os dados serão triangulados para compreender as dinâmicas de participação do Coletivo com a gestão universitária e suas implicações para a equidade de gênero.