Banca de DEFESA: DELANI MARCELE DA CRUZ PEREIRA DE SOUZA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : DELANI MARCELE DA CRUZ PEREIRA DE SOUZA
DATA : 13/05/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Sala de Atos FE1
TÍTULO:

Pessoas têm nomes: estudante autista com diagnóstico tardio de TEA no percurso escolar do Ensino médio à Universidade


PALAVRAS-CHAVES:

Estudante no Espectro Autista. Inclusão Escolar. Subjetividade. Diagnóstico Tardio. Produções Subjetivas.


PÁGINAS: 200
RESUMO:

Este estudo tem como objetivo compreender produções subjetivas de estudante com diagnóstico tardio de Transtorno do Espectro Autista (TEA), no recorte de sua história de escolarização do Ensino Médio à Universidade. A investigação insere-se no contexto da educação brasileira, marcada por tensões entre os princípios da inclusão escolar, as políticas e diretrizes legais e práticas institucionais que subordinam a acessibilidade dos estudantes à apresentação de diagnósticos médicos. Neste sentido, a inclusão escolar é uma provocação às instituições ao trazer para dentro de seus espaços, pessoas anteriormente excluídas e suas singularidades, mas também por apontar aquelas que já estavam em seus espaços e se acham invisibilizadas. Entre estes, as pessoas no espectro autista, cuja presença nas instituições educacionais concorre com o diagnóstico. O referencial teórico adotado é a Teoria da Subjetividade na perspectiva histórico-cultural de González Rey, pela qual foi possível compreender o autismo e a pessoa autista por uma nova lente: a subjetividade, que não se limita aos aspectos intrapsíquicos de um mundo interior, mas favorece a compreensão da pessoa autista produzindo subjetivamente na integração entre emoções e processos simbólicos e na relação intrínseca entre o individual e o social. A pesquisa adota a metodologia construtivo-interpretativa, orientada pelos princípios da epistemologia qualitativa, que concebe a produção de conhecimento orientada pelo valor que a singularidade e a dialogicidade apresentam no processo de construção de conhecimento. Participaram da pesquisa estudantes autistas diagnosticados ou durante a transição ou durante a graduação na Universidade, no entanto, nesta dissertação, devido à complexidade da construção interpretativa, priorizou-se a apresentação de um estudo de caso. Foram utilizados como instrumentos: dinâmicas conversacionais, produções escritas, pictóricas e diário de pesquisa. A partir do estudo de caso, as análises evidenciaram que o participante produzia a respeito de seu percurso escolar do Ensino Médio a Universidade sentidos subjetivos associados a sentimentos de não pertencimento, de exclusão, de solidão, de sofrimento, de dificuldades de aprendizagem e pouco engajamento ao ambiente escolar relacionados à ausência de suporte, baixa valorização e desconfiança de suas capacidades. No entanto, também foi observado o desenvolvimento de recursos subjetivos como autorreflexão, autorregulação e produção de voz própria. Conclui-se que a inclusão escolar exige mais do que adaptações estruturais ou técnico-pedagógicas, mas mudança na cultura das instituições e acessibilidade aos estudantes com princípios de equidade e convivialidade; demandando o reconhecimento das subjetividades, das singularidades, compreensão de aprendizagem para além dos aspectos cognitivos e intelectuais e o rompimento com práticas homogeneizantes e universalizantes. A pesquisa contribui para ampliar a compreensão do autismo como fenômeno humano complexo e propõe práticas educacionais mais dialógicas, afetivas e inclusivas.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - ANA VALERIA MARQUES FORTES LUSTOSA - UFPI
Externo ao Programa - 1320186 - JOSE FERNANDO PATINO TORRES - nullInterna - 2673303 - SINARA POLLOM ZARDO
Presidente - 2212002 - VIVIANE NEVES LEGNANI
Notícia cadastrada em: 12/05/2025 12:43
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