Extensão; interculturalidade; diálogo de saberes; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília - IFB; comunidades locais.
A pesquisa teve como principal objetivo analisar como as ações de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília - IFB constituem-se como espaços de diálogo de saberes e em que medida propiciam reconhecimento, visibilização positiva e valorização de saberes locais. Parto do pressuposto de que a extensão constitui um espaço fronteiriço potencial de encontro e diálogo entre os saberes acadêmicos e locais, algo que ganha importância central na própria concepção política e pedagógica dos Institutos Federais. A proposta apoiou-se em uma perspectiva decolonial, acionando tanto autoras e autores que se assumem como decoloniais quanto aqueles cujo posicionamento entendo como decolonial – ainda que não se compreendam como tal. Neste sentido, a compreensão de territórios de fronteira e a perspectiva intercultural são chaves interpretativas às quais recorro inicialmente. O estudo foi desenvolvido em dois campi do IFB localizados em regiões administrativas de maior vulnerabilidade e com histórico de resistências: Campus Estrutural e Campus São Sebastião. Nestes locais foram identificadas três ações de extensão mais duradouras e cujas características apontavam para uma maior propensão a se constituírem como espaços de reconhecimento e visibilização positiva de saberes não acadêmicos, tendo a pesquisa centrado-se então em conversas com professores extensionistas, estudantes extensionistas, organizações parceiras e participantes das ações. Metodologicamente foram mobilizadas as seguintes estratégias: análise documental, entrevistas, rodas de conversa, registros audiovisuais, diário de campo e observação participante. Tratou-se de uma pesquisa colaborativa, posto que buscou assegurar a participação ativa dos diversos sujeitos da extensão no percurso do estudo. Desta forma, foram percebidos saberes, conexões e desconexões entre sujeitos e entre a instituição e a população local que apontaram para desafios, oportunidades e avanços no diálogo de saberes no espaço da extensão enquanto fronteira onde comunidades locais e campi do IFB se encontram.