A importância da escuta no Serviço de Orientação Educacional
Orientação Educacional. Formação continuada. Mal-estar. Escuta. Profissão impossível
A Orientação Educacional é atividade profissional presente em todas as etapas e modalidades da escolarização na rede pública de ensino do Distrito Federal. A capacidade de diálogo para orientar os estudantes e seus familiares em relação aos aspectos pessoais, relacionais, emocionais e sociais é tida como característica essencial da profissão. Freud (1930/2011) identificou, em todas as formas de relação entre os sujeitos na cultura, a influência de um mal-estar, que, não podendo ser eliminado pelas instituições criadas pelo homem, está presente também na escola. Nesse sentido, Freud reconheceu que o ofício de educar não escapa do mal estar na civilização, pelo entendimento de que nessa tarefa o ideal de controle fracassa indubitavelmente, definindo-a como profissão “impossível”. Potencializado, o mal-estar na escola se expressa por meio de sintomas como o fracasso escolar e a violência, cujo enfrentamento pode causar uma impotência paralisante nos orientadores educacionais, que se veem incapazes de responder a contento à abrangência e à complexidade da tarefa atribuída a eles. A importância desse profissional no processo escolar e a lacuna existente nas pesquisas nesse campo justificam a escolha do tema. O presente projeto tem o objetivo de demonstrar que a escuta grupal no espaço da formação continuada com os orientadores educacionais é fundamental para redimensionar a posição de impotência diante da profissão “impossível”. A pesquisa foi elaborada sob abordagem qualitativa, com as seguintes estratégias: análise documental – por meio das diretrizes para o trabalho do orientador educacional nas escolas públicas do DF e para a formação continuada –, grupo focal e entrevista semiestruturada. A análise de conteúdo será utilizada para a produção dos dados.