Aprendizagem matemática apoiada na avaliação formativa: interações entre feedbacks, ensino exploratório e metodologia da sala de aula invertida
Avaliação formativa em matemática; Feedback em matemática; Ensino exploratório em matemática; Sala de aula invertida; Aprendizagem matemática
Esta pesquisa tem como objetivo investigar os processos de resolução de tarefas matemáticas de um grupo de estudantes do primeiro ano do ensino médio de uma escola da rede privada de ensino de Brasília, apoiada na avaliação formativa por meio de feedbacks estruturados e intencionais, no campo do ensino e da aprendizagem de geometria plana com a metodologia de sala de aula invertida. O estudo, de natureza qualitativa, de caráter exploratório, foi desenvolvido com quarenta e seis estudantes de idades de 14 a 16 anos. Esses estudantes receberam ao longo de 10 semanas de aulas, um conjunto de tarefas de geometria plana com o esclarecimento dos objetivos a serem alcançados e o modo como seriam avaliados. As produções dos estudantes foram analisadas e categorizadas em: tarefa sem resposta, tarefa resolvida incorretamente, tarefa resolvida parcialmente correta e tarefa resolvida corretamente. A partir dessa categorização, forneceu-se feedback aos estudantes de modo a superarem as possíveis dificuldades de aprendizagem envolvidas nas tarefas realizadas. Examinou-se as produções dos estudantes por meio da metodologia da análise de conteúdo: pré-análise; exploração dos documentos produzidos; análise e discussão dos dados. As observações iniciais demonstraram que os estudantes não tinham o hábito de estudar em busca de construir conhecimento e ficavam à espera da explicação do professor/pesquisador para esclarecer as suas dúvidas. A insegurança quanto aos procedimentos adotados nas suas resoluções tornou clara as lacunas que precisavam de intervenção para favorecer as aprendizagens. Conhecimentos geométricos com generalizações incorretas e obstáculos algébricos, constituíram-se como fontes de análise e discussão durante o desenvolvimento das tarefas. Usando a metodologia de sala de aula invertida, os estudantes foram estimulados a fazer as tarefas, inicialmente de modo individual, mas aos poucos criou-se uma rede colaborativa transformando as aulas regulares, de natureza expositiva, em momentos de aprendizagem dialógica a partir dos feedbacks em cada atividade, favorecendo o protagonismo dos estudantes nas aulas. A diversificação dos espaços e recursos pedagógicos imprimiu características de um ensino colaborativo e democrático, no qual a avaliação formativa possibilitou a retomada de conhecimentos de modo a ressignificar o erro, o feedback estruturado para a aprendizagem proporcionou, ao estudante a participação efetiva em todas as etapas de construção de conhecimento e, ao professor/pesquisador, a possibilidade de rever o planejamento a cada encontro, conhecer as estratégias de resolução dos estudantes e formular feedbacks intencionais para cada estudante ou grupo de estudantes em prol de desenvolver a aprendizagem matemática. Esses desdobramentos revelou o favorecimento da aprendizagem matemática quando aplicada a avaliação formativa apoiada em feedbacks estruturados e intencionais com o suporte da metodologia da sala de aula invertida