Memória Educativa: subjetividade e implicação na prática docente e repercussões pedagógicas da pandemia de Covid-19
Educação; psicanálise; subjetividade; memória educativa; docência e pandemia
Esta dissertação se propõe investigar a memória educativa e a subjetividade de professores que pertencem ao quadro da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF), enfatizando a constituição da dimensão subjetiva, haja vista que a marca de memória inscrita no professor, muito possivelmente, implicará no estilo da docência. Para mais, refletindo, também, a influência e as possíveis repercussões da pandemia de Covid-19 na educação escolar, com recortes sobre os impactos na atuação docente nos anos iniciais do ensino fundamental, já reconhecidamente desafiadores. Nessa perspectiva, utilizo o aporte teórico da psicanálise para compreensão do significante subjetividade, sobretudo, nos conceitos freudianos, que permitem análise da memória a partir da concepção de aparelho psíquico, além do dispositivo da memória educativa que será, predominantemente, realizada através de escrita das memórias. Esta pesquisa, de cunho qualitativo, propõe utilizar também, a entrevista semiestruturada, para aprofundamento do material escrito. Ademais, os sujeitos da pesquisa são professores do sextos e sétimos anos – três do sexto ano e três do sétimo -, que atuam em escola lotada no Plano Piloto -Brasília. A escolha de professores dos sextos e sétimos anos justifica -se por se tratar dos anos iniciais do ensino fundamental, além de representar a marca de transição inicial do quinto para o sexto ano, ou seja, de muitas mudanças para os alunos devido às possíveis marcas impressas nesta passagem e das implicações pedagógicas. Com isso, pretende-se, a partir da análise de escritas das memórias educativas e a escuta sensível nas entrevistas semiestruturadas, que o relato das vivências de cada docente possa suscitar clareamentos e reflexões enquanto sujeito pessoal e profissional para que possam, ao mesmo tempo, rememorar suas próprias práticas educativas para além de metodologias e/ou técnicas de ensino, ascender enquanto sujeito, que afeta e também afetado, em especial, quando em 11 de março de 2020, a COVID-19 foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como pandemia com inegáveis repercussões sobre os sistemas educacionais públicos e/ou particulares em todos os países e regiões do mundo.