Corpos Dissidentes, Infância e Escola: Entre o Terror e o Arco-Íris
Criança gênero dissidente; Transgeneridade; Perejivanie; Infâncias; Educação
Este trabalho surge a partir de questionamentos e reflexões, no ambiente escolar, sobre os estudos de identidade de gênero, sexualidade e diversidade na infância. Ao perceber que essas temáticas, geralmente, são alocadas como áreas de conhecimento subalternos, e, ao entrar em contato com o sofrimento, angústia e violências infringidas às crianças gênero dissidentes no espaço escolar, resolvemos fazer um diálogo com os estudos contemporâneos de gênero e sexualidade e de que forma essas temáticas se apresentam na sociedade. Assim, a partir da Teoria Histórico-Cultural, de Lev Semionovitch Vigotski, temos como objetivo geral: compreender as vivências escolares de crianças gênero dissidentes, tendo como enfoque crianças que estudam nas séries iniciais do ensino fundamental do Distrito Federal. Compreende-se como dissidentes de gênero aquelas crianças que, em suas performances de gênero, não correspondem à expectativa social imposta para seu sexo biológico. Discutiremos, ainda, sobre a função social que a escola adquire ao abandonar ou assumir os debates relativos à dimensão da sexualidade e do gênero como prática pedagógica, compreendendo o fenômeno da “ideologia de gênero" no território educativo contemporâneo. A proposta metodológica para a pesquisa será alicerçada na Teoria Histórico-Cultural, na qual as vivências - Perejivanie - das crianças gênero dissidentes serão o foco, sendo acessadas por meio da ferramenta metodológica da palavra e da brincadeira. Dessa forma, poderemos compreender como elas tomam consciência, atribuem sentido e se relacionam afetivamente no ambiente educativo. Ao escutar as vozes dessas crianças acreditamos que novos indícios e possibilidades se abrirão no campo educativo.