A Perseguição Capitalista – Saúde Mental, Marxismo e Psicanálise
saúde mental; marxismo; psicanálise;
antimanicomial; capitalismo
O presente trabalho discute o campo da saúde mental no Brasil utilizando a praxis marxista e
psicanalítica. Partimos da premissa que há um adoecimento imanente no Modo de Produção Capitalista
causada pela contradição capital-trabalho, imanência essa que a saúde mental muitas vezes não leva
plenamente em consideração tanto em suas teorizações, quanto em suas práticas. Desse ponto, pensamos
os processos desse adoecimento, utilizando em particular o conceito marxista de estranhamento e
psicanalítico de mal-estar. Em seguida, nos perguntamos o que pode ser feito frente a esse adoecimento
imanente. Nessa parte, a discussão do conceito de autonomia é central para ilustrarmos o que entendemos
como déficit marxista no campo da saúde mental. Assim, nos perguntamos que autonomia é possível no
capitalismo. Se no Capitalismo há esse adoecimento imanente, na terceira parte nos dedicamos a pensar
movimentos e sociabilidades que se opõem ao Modo de Produção Capitalista, mais especificamente o
Coletivo de Pacientes Socialistas (SPK) e os Zapatistas no México. O intuito não é um mimetismo
simplista, mas extrair formas de resistência coletiva ao capital que sirvam como horizonte de cuidado na
saúde mental. Por fim, argumentamos que uma saúde mental realmente efetiva é uma saúde mental que
constrói a superação do Capitalismo.