A musicalidade do sujeito na clínica psicanalítica
musicalidade, voz, fala, real, clínica psicanalítica
Pretendo abordar neste trabalho a musicalidade do sujeito e sua importância na clínica psicanalítica. A origem musical precede o próprio sujeito como gozo absoluto e é essencial à sua constituição. Proponho como musicalidade o sonoro de sua origem que não é extinto ao se alcançar o mundo da linguagem, que sobrevive soante com seu caráter pulsional. Assim, a musicalidade da fala diz o que o significante não diz sobre o sujeito. Argumento que a posição, as formas de gozo e a dinâmica psíquica do sujeito podem ser abordadas pela singularidade sonora de sua voz, pela forma como se faz audível em seus atos sonoros. Sendo assim, para o analista a musicalidade deve ter enfoque essencial. Esta pesquisa procura refletir, então, como o sujeito pode ser tomado na clínica psicanalítica a partir de sua singularidade sonora, entre seu traço musical e suas dissonâncias. Parto de experiências analíticas e da construção de casos que me levaram ao que denominei de subversão musical clínica, suplência musical, acústica analítica, intervenção musical, dentre outras concepções. Rumo à dessubjetivação, proponho que a análise busca o desensurdecimento do sujeito à sua audível estranheza diante do real.