O PALHAÇO E O SUJEITO DO INCONSCIENTE:
DESDOBRAMENTOS SOBRE O HUMOR, O CHISTE E O CÔMICO
Arte, Psicanálise, Filosofia, Filosofia Teatral, Palhaço, Humor, Chiste, Cômico, sujeito do inconsciente
Como proposta desta pesquisa, buscou-se articular áreas de abordagem como a Arte, a Psicanálise e a Filosofia, ao tecer um diálogo em que o objeto de estudo é o Palhaço, associando ainda de modo complementar a perspectiva da Filosofia Teatral. Trata-se de um estudo teórico, com a hipótese de que o Clown, com sua linguagem artística e seu processo criativo, por meio do Humor, do Chiste e/ou do Cômico, convoca o sujeito do inconsciente em sua atuação, o que confere uma reflexão sobre a subjetividade na cultura, à medida em que se depara com questões relacionadas ao psiquismo nas relações humanas. O humor, com sua rebeldia, mostra que se pode rir do ridículo, da vulnerabilidade humana e tirar proveito da situação, sublimando o que poderia ser algo doloroso. O chiste revela a verdade escondida em instâncias psíquicas, com características muitas vezes sexuais e agressivas, que aparecem principalmente com a palavra fora do lugar de modo inusitado, causando o riso validado pelo ouvinte. Já o cômico costuma ocorrer por meio dos gestos, imagens que apontam para a mecanização da vida, quando acontece um efeito de distração, em situações automáticas do cotidiano. O palhaço, portanto, faz poiesis como artista cênico, atua com sua presença na relação com o outro/Outro – Espectador, público, plateia e, utilizando-se de tais mecanismos, provoca o comparecimento do sujeito do inconsciente, esse que também se manifesta nos sonhos, atos-falhos, lapsos, sintomas: “O palhaço encena em cena Outra cena”.