Banca de DEFESA: Bruno Cavaignac Campos Cardoso

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Bruno Cavaignac Campos Cardoso
DATA : 28/11/2022
HORA: 08:00
LOCAL: https://teams.microsoft.com/l/meetupjoin/19%3ameeting_Nzk3YTJjNTQtZTA3MC00YWE4LWFmYzctNmZlNjFmYjZkOT
TÍTULO:

Escarificação e simbolização em adolescentes: clínica e método de Rorschach (Escola de Paris).


PALAVRAS-CHAVES:

Escarificação; Simbolização; Autolesão não suicida; Adolescência; Rorschach


PÁGINAS: 320
RESUMO:

A automutilação é uma categoria ampla de alteração da vontade, na qual estão inclusos os impulsos e compulsões de ataques ao corpo. Mais recentemente, um subtipo de automutilação, a escarificação, que é caracterizada como o ato de cortar a própria pele de modo a deixar cicatrizes, tem se tornado um sintoma frequente, principalmente entre adolescentes meninas. Alguns autores denominam este fenômeno de autolesão não suicida. Embora os motivos que levam alguém a se cortar sejam diversos, havendo grande diversidade de funcionamento psíquico, defende-se a tese de que a escarificação seria relativa a falhas nos processos simbolização primária de experiências traumáticas. Estas falhas da simbolização primária impediriam o percurso da pulsão de tomar as vias de simbolização secundárias, restando o caminho da dessimbolização. Este processo envolveria um corte nos processos psíquicos e o apagamento do traço das experiências e afeto irrepresentáveis, por estarem relacionadas ao traumático. Desta maneira, os elementos psíquicos, afeto e representação, refluiriam ao somático, por meio de um processo que inverteria o percurso da pulsão, pelo retorno da pulsão à fonte, o próprio corpo. Este processo se apoiaria no ganho secundário proporcionado pelo alívio, um produto da descarga pulsional, a qual tomaria um atalho que dispensaria os caminhos da simbolização e da angústia inerente a ela. Para avaliar esta hipótese, o presente estudo utilizou uma abordagem multi-metodológica: um dos capítulos descreve os resultados da análise quantitativa de vinte protocolos de Rorschach em comparação aos dados normativos de adolescentes brasileiros; enquanto outro capítulo articulou o relato de caso e a análise da capacidade de simbolização demonstrada no protocolo de Rorschach em três casos. As análises de Rorschach indicaram falhas de simbolização, ligadas a diferentes temáticas. Em alguns casos foi indicada uma impossibilidade de contenção e transformação do afeto, em outros a falha ocorre na simbolização secundária. Frequentemente ocorrem falhas de simbolização devido ao reencontro com a temática de separação. A dessimbolização parece ser indicada pelo agir ou por mecanismos de projeção, formas de expulsar o conteúdo que não pode ser simbolizado. Há indícios de maior tendência de patologia dos limites nos sujeitos que se cortam; com tendência ao sobreinvestimento defensivo dos limites ou excessiva sensibilidade, falhas da para-excitação e limites frágeis. Frequentemente os sujeitos que se cortam apresentaram alto índice de angústia e sentimento de vazio. A análise dos casos ilustrou a diversidade do funcionamento e temáticas ligadas a impossibilidade de simbolização apontando para a necessidade de uma escuta sensível, polifônica e planejamento de dispositivos feitos sob medida.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - VALERIA BARBIERI
Presidente - 1734473 - DEISE MATOS DO AMPARO
Interna - 1032047 - KATIA CRISTINA TAROUQUELLA RODRIGUES BRASIL
Externa à Instituição - RENATA AROUCA DE OLIVEIRA MORAIS - UNICEUB
Externo à Instituição - ROBERTO MENEZES DE OLIVEIRA - UNIEURO
Notícia cadastrada em: 09/11/2022 08:17
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