Banca de DEFESA: Suziani de Cássia Almeida Lemos

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Suziani de Cássia Almeida Lemos
DATA : 26/04/2023
HORA: 09:15
LOCAL: https://meet.google.com/vmt-baiq-wcw
TÍTULO:

PSICANÁLISE E TRAUMA – O IRREPRESENTÁVEL NA CENA ANALÍTICA


PALAVRAS-CHAVES:

Psicanálise, trauma, irrepresentável, clínica psicanalítica, contemporaneidade


PÁGINAS: 131
RESUMO:

O presente estudo busca investigar a noção do irrepresentável articulado à clínica psicanalítica na contemporaneidade. Trata-se de um estudo teóricoclínico a partir do método psicanalítico que recorre a autores da psicanálise clássica e contemporânea, juntamente à exposição de alguns recortes clínicos com o
objetivo de fazer circular de forma mais vívida os conceitos e teorizações apresentados no trabalho. A história da psicanálise, mais especificamente, em seus
fundamentos, é marcada pela noção da divisão do aparelho psíquico pela via do recalque. Essa base metapsicológica articula o sintoma, os sonhos, os chistes e
as demais produções do inconsciente com aquilo que foi nomeado por Freud como o retorno do recalcado. Na evolução de suas investigações, Freud foi se
deparando com outras configurações psíquicas, que se mostravam como desafios à clínica psicanalítica, tal como pensada inicialmente. Nesse percurso,
podemos citar as neuroses atuais, as neuroses traumáticas, as neuroses de guerra, as neuroses narcísicas e os quadros psicóticos. Estas eram condições que se
apresentavam como muros frente à técnica analítica clássica. Freud lança, então, as bases para o que poderia ser pensado e desenvolvido por Ferenczi, Melanie
Klein, Winnicott, Bion, Lacan e pela psicanálise contemporânea, a partir de casos extremamente desafiadores para a clínica. Esses casos têm sido nomeados
como casos difíceis, quadros narcísicos, patologias limite, dentre outros. Sob essa insígnia estariam os quadros depressivos graves, os adoecimentos
psicossomáticos, os transtornos alimentares, as chamadas síndromes do pânico, as diversas formas de compulsão e passagens ao ato, como as violências e o
autoextermínio. Enfim, uma quantidade enorme de casos que comparecem na clínica psicanalítica atual e que nos convocam a pensar para além das estruturas
psíquicas clássicas neurose, psicose e perversão. Autores da psicanálise contemporânea como André Green, Thomas Ogden, Howard Levine, René Roussillon,
Botella e Botella, dentre outros, têm se debruçado no estudo de condições e formas de funcionamento psíquico bastante fragilizadas em seus processos de
representação e simbolização. A partir da aproximação com essas formas de sofrimento na clínica, surge a noção do irrepresentável como algo que convoca a
adentrar os processos de representação psíquica e simbolização em articulação com a constituição psíquica do sujeito, uma vez que se relaciona com aquilo que
não pôde se representar no psiquismo, permanecendo aquém das estruturas simbólicas e da cadeia associativa. Assim, diferentemente de uma clínica
fundamentada na noção de representação, do recalque e do sintoma como retorno do recalcado; estaríamos lidando com aquilo que nem mesmo se representou e
que, portanto, não foi recalcado. Esses conteúdos irrepresentáveis permaneceriam em zonas de isolamento, incomunicáveis, cindidas, demandando não mais um
trabalho de desligamento/ligamento de representações inconscientes e conscientes, mas um trabalho que possibilite a criação de representações e a ampliação
das funções simbólicas e associativas do paciente. Dessa forma, o trauma de Freud a Ferenczi, passando também por autores contemporâneos, surge como
articulador no trabalho para se pensar a noção do irrepresentável em associação com o que comparece na clínica a partir das designações de casos difíceis. O
trabalho analítico frente às angústias impensáveis do paciente, frente ao irrepresentável do trauma e a processos arcaicos do psiquismo, demanda do analista um
outro lugar, muito diverso do trabalho que se opera nas neuroses clássicas de transferência. Não se trata de interpretar ou até mesmo decifrar o inconsciente
recalcado, mas sim construir possibilidades simbólicas para o que antes era da ordem do irrepresentável.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - MARINA FERREIRA DA ROSA RIBEIRO - USP
Externo à Instituição - DANIEL KUPERMANN - USP
Presidente - 1517148 - DANIELA SCHEINKMAN CHATELARD
Interna - 1032047 - KATIA CRISTINA TAROUQUELLA RODRIGUES BRASIL
Interna - 3017634 - MARCIA CRISTINA MAESSO
Notícia cadastrada em: 28/03/2023 13:31
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