Psicologia Clínica do Esporte e a possibilidade de abordagem corporificada: subjetividade em debate.
Subjetividade, esporte paraolímpico, mulheres, corpos.
Como as mulheres atletas negociam gênero e corpo em relação a múltiplas posições de
sujeito, como aquelas associadas a gênero, sexualidade, raça e tipo de esporte praticado? A
singularidade do outro, a partir da Teoria da Subjetividade de González Rey, abre a
possibilidade na Psicologia do Esporte de explorar o tema do corpo feminino configurado na
experiência subjetiva de participar do esporte paraolímpico de alto rendimento. Dessa forma,
podemos considerar o esporte e as práticas corporais como espaços de resistência e
transgressão, em que a experiência esportiva produzida subjetivamente se traduz em uma
forma de afirmação da participação feminina. Utilizando o método construtivo-interpretativo, o
estudo de casos de destacadas atletas paraolímpicas de alto rendimento colombianas
facilitará a construção de formas alternativas de produção de conhecimento baseadas na
singularidade e no diálogo empático. O esporte poderia configurar-se como um campo
multidimensional, no qual também se reforça a reprodução de padrões comportamentais
sobre o conceito do que uma mulher ‘deveria ser’–para além de um corpo esteticamente
modelado com base na normalidade–. A pesquisa nos permitiria refletir sobre processos de
reinterpretação da experiência esportiva nos quais as produções da ordem da subjetividade
ganham vida.