Diferenças de gênero nas barreiras à intervenção do espectador em situações de violência no namoro e sua relação com a empatia em adultos jovens: um estudo correlacional
violência no namoro, diferenças de gênero, empatia, intervenção do espectador.
Foram investigadas as diferenças de gênero em relação à probabilidade de intervenção do
espectador em situações de violência no namoro e os níveis de empatia entre adultos jovens.
Trata-se de uma pesquisa quantitativa com design correlacional. A amostra foi composta por 250
participantes, entre homens e mulheres, de 18 a 30 anos. Foram utilizados o Questionário
Sociodemográfico, a ESPECTA-VN e a EMRI. A coleta dos dados foi realizada de forma online.
Análises descritivas e correlações foram realizadas. A probabilidade de intervenção em violência
sexual (p=0,013) e psicológica (p=0,013) foi significativa; homens e mulheres foram igualmente
propensos às barreiras nessas situações. Não houve diferença significativa para violência física
(p=0,530). Consideração Empática e Personal Distress apresentaram diferenças significativas,
mulheres tendem a se preocupar mais com os outros; e em situações emocionalmente tensas,
experimentam mais ansiedade frente ao infortúnio dos outros. Diferenças significativas
negativas foram identificadas entre Personal Distress e a probabilidade de intervenção em
violência física (p<0,001) e psicológica (p<0,05); maiores níveis de Personal Distress indicam
menor probabilidade de intervir nessas situações. Não foram encontradas diferenças
significativas em Consideração Empática (p>0,05) e Tomada de Perspectiva do Outro (p>0,05),
nos três tipos de violência; e tampouco entre a probabilidade de intervenção em violência sexual
e empatia. Em suma, a Consideração Empática e a Tomada de Perspectiva do Outro não
aumentaram a probabilidade de intervenção nas situações de violência, seja física, sexual ou
psicológica; e o Personal Distress reduziu a probabilidade de intervenção em situações de
violência física e psicológica. A empatia pode ter um efeito negativo na probabilidade de
intervenção. Estudos futuros podem elucidar essas relações, sobretudo com amostras
representativas de gêneros, raças e orientações sexuais distintas.