Desatando “nóis” através de laços: práticas comunitárias de cuidado antiproibicionista
cuidado; agroecologia; psicologia comunitária; feminismo; antiproibicionismo; redução de danos; cuidado comunitário
Políticas proibicionistas impactam negativamente diversas comunidades e territórios, por meio de marginalização, violações dos direitos humanos e genocídio, sobretudo na América Latina e no Brasil. Tais políticas são consideradas continuação do projeto colonial nas Américas. A proibição amplifica desigualdades sociais, raciais e de gênero, contribuindo para uma crise no cuidado. O presente trabalho teve como objetivo realizar um estudo etnográfico que visa compreender como se dão as práticas comunitárias de cuidado antiproibicionista a partir da narrativa de ativistas antiproibicionistas que participam dos grupos Tulipas do Cerrado, Coletivo Aroeira e Rede Nacional Feminista Antiproibicionista (RENFA). Foi realizada uma pesquisa qualitativa interpretativa, em que os dados foram coletados através de Grupos Focais e Entrevistas Semi Estruturadas. Tais dados foram analisados por meio da Análise Temática. Os resultados destacam a importância do vínculo, autonomia e rede no cuidado antiproibicionista, sublinhando a relevância de vínculos apoiadores e da valorização da autonomia para enriquecer as relações. A perspectiva de cuidado em rede desafia o individualismo, integrando seres humanos, não humanos e elementos da natureza. Além disso, a superação do estigma e de violências requer prática de escuta, enquanto a inclusão do meio ambiente no cuidado comunitário revela potencial descolonizador do cuidado antiproibicionista.