Banca de QUALIFICAÇÃO: ISRAEL VICTOR DE MELO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ISRAEL VICTOR DE MELO
DATA : 18/12/2023
HORA: 09:00
LOCAL: Plataforma Teams
TÍTULO:

Quilombos, Palenques e Marronagem: das matas como espaços sociais de refúgio 


PALAVRAS-CHAVES:

Conhecimentos tradicionais botânicos; Ordem social e sistêmica; Matas e ecossistemas; Ecologia decolonial.


PÁGINAS: 74
RESUMO:

Das plantations aos latifúndios, o modelo sistemático de depreciação e tomada compulsória do espaço vegetal, e de tudo aquilo com o qual se relaciona, "produz necessariamente ecocídios" (BONA, 2020, p. 6). A força motriz do capitalismo, por natureza, apoia-se na necropolítica (MBEMBE, 2018b) avançada, onde constrói-se poder mediante a supressão de vidas e a precarização da relação social de sujeitos. As matas, como ecossistemas autônomos e integrados a outras ordens, historicamente, abrigam conhecimentos próprios, saberes específicos e formas outras de vida. E, mais estruturalmente históricas, abrigam espaços alternativos de sobrevivência (quilombospalenquesmarronagem) e de vida fora do eixo capitalista (comunidades tradicionais). Não despretensiosamente, a morfologia colonial envolve processos (MUDIMBE, 2019, p. 18) de tomada de terras, modificação sistemática do espaço natural, ocupação de territórios, dominação social de sujeitos, pelas instituições (Academia, Igreja etc.) e teorias sociais (Iluminismo, Eugenismo etc.) e, ainda, a depreciação estrutural de conhecimentos e noções distintas de saberes tradicionais (CÉSAIRE, 1955). Trata-se, pois, não apenas de um ecocídio, mas, sim, de um cosmocídio (LABOU TANSI, 1979). Nesse sentido, qualquer questionamento que se faça em nome de uma ecologia, ou mesmo de uma análise das constantes ameaças ambientais, deve ter em conta uma história crítica das relações contínuas das sociedades humanas em interação com seus pares e seus dessemelhantes ontológicos, considerando, portanto, aspectos como o colonialismo, o racismo e o sexismo, como elementos fundantes de determinada crise ecológica (FERDINAND, 2022). No espaço literário, algumas são as narrativas onde prefigura-se a dominação social dentro, fora, pelas e para as matas. Pretende-se avaliar, nessas narrativas ficcionais, o contexto de dominação social colonial (cosmocídio), os saberes das comunidades tradicionais nelas prefiguradas, naquilo que diz respeito às plantas e aos espaços vegetais (cosmogonias sobre os vegetais) e, conjuntamente, a história social de comunidades e espaços afetados e resistentes, relacionado-os a determinada ecologia decolonial.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1062341 - FABRICIA WALACE RODRIGUES
Interna - 1247419 - PATRICIA TRINDADE NAKAGOME
Interno - 1475238 - PIERO LUIS ZANETTI EYBEN
Interna - 1051983 - VIRGINIA MARIA VASCONCELOS LEAL
Notícia cadastrada em: 22/11/2023 16:24
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