DECIDINDO SOBRE AS “OUTRAS” EM AUDIÊNCIAS DE CUSTÓDIA: O PERFIL DAS CUSTODIADAS E DOS ATORES E ATRIZES JUDICIAIS NA BAHIA
Utilizando a interseccionalidade como aporte teórico e instrumental teórico-metodológico, considerando a metodologia interseccional através da abordagem categorial, a presente pesquisa produziu análise qualitativa das Audiências de Custódia na Comarca de Salvador (Bahia), em que mulheres figuravam enquanto flagranteadas, dando ênfase à descrição dos perfis sociorraciais e de gênero das flagranteadas e dos/as atores/atrizes judiciais. A partir da etnografia do ambiente o objetivo é responder se as diferenças entre perfis raciais de mulheres flagranteadas e dos/as atores/atrizes judiciais produzem discrepâncias nas decisões das Audiências de Custódia. Em sequência foi realizada a análise do discurso nos Autos de Prisão em Flagrante e das Atas das audiências, visando explorar os ditos e não ditos destes documentos oficiais. Como resultados preliminares foi possível confirmar que os perfis dos/as atores/atrizes judiciais e das custodiadas são, em regra, opostos e que além dessas discrepâncias interferirem no tratamento dispensado às custodiadas, produz uma criminalização prévia em determinadas corporalidades.