ATLÂNTICO NEGRO E INTERSECCIONALIDADE: A BUSCA E PROMOÇÃO DA SAÚDE CAPILAR ATRAVÉS DA COSMETOLOGIA NATURAL NO DISTRITO FEDERAL
Mulheres negras. Cosméticos naturais. Ancestralidade. Saúde capilar.
No trânsito entre as Ciências Naturais e a Ciência Social, o trabalho visa debater a importância do resgate da ancestralidade de mulheres negras na busca e promoção da saúde capilar no Distrito Federal através da cosmetologia natural. Também visa compreender se, em combate ao racismo da indústria cosmética, os salões especializados em cabelos crespos e cacheados juntamente com as cosmetólogas negras se propõem, de alguma forma, a aplicabilidade de políticas públicas eficazes dialogando com a lei 10.639/2003, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de "história e cultura afro-brasileira" dentro dos espaços sociais e culturais analisados.
A fim de ocupar lugar na disputa de narrativas, a interseccionalidade, ferramenta metodológica cunhada por Kimberlé Crenshaw (1989) e trazido por Carla Akotirene (2019) se faz presente em toda a pesquisa a fim de analisar as histórias de vida e o impacto cultural e social sobre a resistência negra e ancestralidade no Distrito Federal. Por isso, de acordo com Sueli Carneiro (2005) e Carla Akotirene (2019), priorizamos, neste trabalho, pesquisar e usar como referencial teórico principalmente autoras e autores negras, pois a resistência de pessoas negras brasileiras se dá através da luta por modos de enunciação do conhecimento, por reconhecimento enquanto produtores de conhecimento, e busca por alternativas que garantam a longevidade, qualidade de vida, direito a voz e decisões políticas.