Banca de DEFESA: Alexandre Eleutério Rocha

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Alexandre Eleutério Rocha
DATA : 01/09/2022
HORA: 14:00
LOCAL: sala virtual do Teams
TÍTULO:

Hokum Blues: erotismo e humor em uma vertente musical silenciada


PALAVRAS-CHAVES:

blues, hokum blues, erotismo, humor, significação


PÁGINAS: 278
RESUMO:

O presente estudo aborda o hokum blues, estilo musical dançante, urbano e popular afro-americano caracterizado pela deliberada malícia e humor. Apesar de fenômeno comercial e cultural nas décadas de 1920 e 30, o hokum nunca recebeu atenção devida por parte da bibliografia tradicional do blues para além de majoritárias críticas negativas. O objetivo da pesquisa é buscar entender como representações, narrativas e análises estéticas iniciais permeadas de critérios ideológico-morais, por parte de mediadores como folcloristas, musicólogos e críticos musicais, historicamente sedimentaram, romantizaram e legitimaram a percepção do blues como manifestação musical essencialmente folclórica, rural, masculina e, principalmente, melancólica; uma percepção reducionista e estereotipada que vai de encontro ao brejeiro e citadino hokum blues. Dentre as menções ainda vigentes referentes ao estilo, duas se destacam: a de que não se figuraria como blues autêntico e sim como produto criado pela nascente e já inescrupulosa indústria musical, guardando assim estreita afinidade com o antigo discurso de folcloristas, historiadores e jornalistas do início do século, reativos à modernidade e seus artefatos; a outra crítica fundamental é que este não traria consigo nenhum lastro folclórico pré-industrial, elementos característicos que o configurariam como manifestação musical e cultural genuína da tradição afro-americana, chegando mesmo a ser um não-blues. O estudo parte desse problemático postulado musicológico, histórico e cultural e compreende a complexidade do tema, que não se esgota somente em estruturais análises “imanentes” de determinado estilo musical. O caminho que possibilita a investigação refutatória sobre as críticas a essa manifestação artística se vale de arcabouço teórico-metodológico da Etnomusicologia e Semiologia Musical, em diálogo transdisciplinar sobretudo com a História e Antropologia, além da Teoria Literária, lançando mão de conceitos e ferramentas analíticas como “modelo tripartite”, “análise musemática”, “invenção das tradições”, “culto da autenticidade”, “identidade étnica”, “equívoco produtivo”, “descrição densa” e “signifying”. Assim, pretende-se refletir sobre a estreita relação da estética, linguagem e discurso cômico-erotizados do blues com a construção histórica, sociocultural, político-econômica e identitária do afro-americano, e como essa relação reverbera nos “pontos de escuta” de outros atores sociais envolvidos, inter e intraétnicos, e se explicita em mediações e negociações e conflitos, em disputas de narrativas estético-ideológicas contrabalançadas por interesses mercadológicos. E, sobretudo, na criação de “ruídos” semânticos e hermenêuticos.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - EDWIN PITRE VASQUES
Presidente - 1768553 - ANTENOR FERREIRA CORREA
Externo ao Programa - 1781112 - JOAO MIGUEL MANZOLILLO SAUTCHUK
Interno - 1123186 - SERGIO NOGUEIRA MENDES
Notícia cadastrada em: 22/08/2022 08:16
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