O que há de harmônico na melodia? Três harmonizações de uma melodia
Música brasileira popular. Processo criativo. Análise musical. Harmonização. Harmonias primária e secundária.
Este trabalho, que consiste em uma tentativa de responder à pergunta “o que há de harmônico na melodia?”, explora o processo criativo da harmonização no âmbito da música brasileira popular. Ao buscar compreender o processo criativo desta autora, a harmonização foi dividida em primária, que consiste no reconhecimento do que há de intrinsecamente harmônico na melodia e secundária, que consiste na criação de uma harmonia essencialmente criativa. Foi realizada uma experimentação criativa com Célia Vaz, Débora Gurgel e a autora deste trabalho que consistiu na harmonização de uma melodia composta pela autora, com letra de Letícia Fialho. A partir dessa experimentação, realizaram-se análises comparativas, buscando convergências e divergências, e respectivas motivações. Além disso, três melodias do repertório de música brasileira popular foram analisadas afim de reconhecer o que havia de intrinsecamente harmônico em cada uma delas e como essa harmonia se relaciona com a harmonia escolhida pelas(os) compositoras(es). A experimentação criativa foi feita através de entrevistas não-dirigidas e de gravações do processo criativo. As análises musicais deste trabalho foram fundamentadas nos princípios de Nicholas Cook (1987) e de Barrie Nettles e Richard Graf (1997). As perspectivas de Leonard Meyer (1956), Philip Tagg (1982) Fayga Ostrower (1987), John Blacking (2007) e Sérgio de Freitas (2010) foram incorporadas ao trabalho para expandir a análise musical e investigar o processo criativo. Os resultados obtidos consistiram na identificação dos aspectos que propiciam o reconhecimento das implicações harmônicas das melodias e nas motivações que guiam o processo criativo.