Banca de DEFESA: Patrícia Matias Pinheiro

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Patrícia Matias Pinheiro
DATA : 20/07/2023
HORA: 08:30
LOCAL: Virtual (teams)
TÍTULO:

PROFILAXIA PRÉ-EXPOSIÇÃO (PREP): DA VIRADA DE JOGO NA PREVENÇÃO AO HIV AO DESAFIO DA ADESÃO


PALAVRAS-CHAVES:

Profilaxia Pré-Exposição; Adesão medicamentosa; HIV


PÁGINAS: 223
RESUMO:

Introdução: A PrEP (Profilaxia Pós-Exposição) consiste no uso antirretrovirais utilizados por pacientes que apresentam risco aumentado de infecção pelo HIV. Configura-se como uma estratégia eficaz de controle da epidemia, contudo se a adesão for ótima. Objetivo: Descrever o perfil de pacientes usuários de PrEP e os fatores associados às taxas de abandono e interrupção, no Brasil de 2018 a 2020. Materiais e Métodos: Foi desenvolvido quatro estudos. O primeiro, transversal, que avaliou a diferença de perfil entre usuários de um serviço de PrEP com outro de rastreamento de ISTs. O segundo, caso-controle que investigou os fatores associados às taxas de abandono nos primeiros 30 dias de terapêutica. O terceiro, caso-controle, mostrou os fatores associados à interrupção da PrEP por motivos como: baixa adesão ao medicamento, eventos adversos, infecção aguda pelo HIV. O último, uma coorte que avaliou o comportamento de risco dos pacientes antes e após o início da PrEP. Os dados foram oriundos de bases de dados primários, colhidos, de 2020 a 2021 em um serviço de PrEP de um hospital terciário e em um Centro de Testagem e Aconselhamento, públicos, do Distrito Federal, Brasil. Os dados secundários foram extraídos do SICLOM, totalizando 34.000 pessoas e continham os dados dos usuários da base nacional de 2018 a 2020. Resultados: O estudo mostrou que os usuários da PrEP são de homens gays ou HSH (89%), com média de idade de 33 ± 9 anos completos; 68% com mais de 12 anos de estudos. Antes de iniciar a PrEP, 10,4% não usavam preservativos e após passaram para 24.7%, mostrando certa compensação dos riscos. As taxas de abandono, nos primeiros 30 dias, foi de 22,25% e os principais fatores associados foram: orientação sexual (ORa: 0.81; IC95%:0.71-0.91; p<0,01), raça-cor (ORa:1.15; IC95%:1.08-1.22 p<0.001), escolaridade (ORa:1.54; IC95%: 1.35- 1.76 p<0.001), motivo para buscar PrEP (ORa:1.21; IC95%:1.14-1.30, p<0.001), uso de PEP (ORa:0.94, IC95%: 0.91-0.98, p<0.001), frequência de uso de preservativos em mais da metade das vezes (ORa: 0.85 IC95%: 0.78-0.93, p <0.001), sexo em troca de dinheiro(ORa: 0.82 IC95%: 0.73-0.91, p<0.001) , uso de  substâncias, tais como: poppers (ORa: 0.65, IC95%: 0.54-0.78, p<0.001), cocaína (ORa: 1.22, IC95%: 1.08-1.37p=0.002), clubs drugs (ORa: 0.79, IC95%:0.70-0.89, p<0.001) e estimulantes de ereção (ORa: 0.64, IC95%: 0.56-0.72, p<0.001) e sintomas de infecção viral aguda (ORa: 0.80, IC95%: 0.71-0.89, p<0.001) . A interrupção teve o seguinte perfil: 83% eram homens, entre 30-39 anos (34%), motivados por: 23,3% por alteração em exames, 9,0% eventos adversos, 4,3% por teste HIV reagente, 3,4% por baixa adesão ao medicamento e 59,8% por decisão própria.  Conclusão:  Os dados apontam para desigualdade no acesso das populações mais vulneráveis quanto ao risco de infecção pelo HIV, necessitando de políticas que tornem essa estratégia mais inclusiva. Mesmo após o início da PrEP, os pacientes ainda se expõe à riscos, negligenciando medidas preventivas não farmacológicas eficazes, principalmente para outros tipos de ISTs. Além disso, verificou-se que o abandono e a interrupção dos pacientes têm gerado desafios na adesão o que podem afetar diretamente a boa eficácia da terapêutica.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1961891 - WILDO NAVEGANTES DE ARAUJO
Interna - 2487183 - ELZA FERREIRA NORONHA
Interno - 2838102 - RODOLFO REGO DEUSDARA RODRIGUES
Externo à Instituição - HERMANO ALEXADNRE LIMA ROCHA - UFC
Externo à Instituição - Jadher Pércio - MS
Notícia cadastrada em: 06/07/2023 17:09
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