Banca de DEFESA: Luíza Freitas Caldas

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Luíza Freitas Caldas
DATA : 26/03/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Online - Microsoft Teams
TÍTULO:

Abordagem culturo-comportamental da punição altruísta: Estudo intercultural Brasil-Noruega em análogos de metacontingências


PALAVRAS-CHAVES:

Punição altruísta; cooperação; metacontingências; molduras relacionais


PÁGINAS: 58
RESUMO:

A punição altruísta também denominada de punição por terceiros é um mecanismo de controle para diminuição de comportamentos que envolvem riscos sociais. É definida como um comportamento individual que visa diminuir a frequência de comportamentos desertores, com custo de resposta para aquele que apresenta o estímulo punidor. Contingências comportamentais entrelaçadas (CCEs) na emissão por consenso da punição altruísta (PA), em metacontingências, promovem o comportamento de cooperação entre os membros do grupo – neste caso, ao aplicarem o procedimento de punição, ou não, em uma simulação na qual atuam como terceiros, avaliando o comportamento de dois personagens. O objetivo deste estudo foi investigar: (i) o controle de consequências culturais em metacontingências com pares de crianças, sem a programação de reforçamento individual; (ii) a produção de culturantes em episódios sociais de equidade e inequidade; (iii) culturantes recorrentes (CCEs→PAs) emitidos por indivíduos de diferentes nacionalidades, com a função de punição altruísta e (iv) a ocorrência de molduras de coordenação em escolhas emitidas por crianças, em contextos com o conceito de justiça e condições de distribuições iguais e desiguais entre personagens. Oitenta e quatro crianças brasileiras e norueguesas participaram de dois experimentos com delineamento experimental de reversão, com esquema de reforçamento composto, ABAC/ACAB e BCBC/CBCB, utilizando o Jogo da Punição Altruísta. Duplas de personagens foram apresentadas às crianças participantes do estudo, em cenários com distribuições iguais ou desiguais de moedas entre os personagens. Em cada uma das 64 tentativas, cada participante da dupla deveria classificar a distribuição observada como justa ou injusta, e escolher se puniria o comportamento do distribuidor ou não. Se punisse, deveria doar uma moeda individual, caracterizando o custo da resposta da punição por terceiros. Essas escolhas compuseram culturantes específicos e recorrentes (CCEs→PAs ) (e.g., consenso por não punir/punir distribuições desiguais/iguais entre os personagens), definindo os culturantes de punição altruísta para distribuições em metacontingências, e que resultariam em consequência cultural (CC) em forma de moedas de grupo, para a dupla de participantes (metacontingências: [CCEs→PAs]→ CCs). As condições A, B e C foram: (A), CCs contingentes à emissão de qualquer culturante de consenso; (B) CCs contingentes ao consenso para punir distribuição iguais ou não punir distribuições desiguais; e (C), o inverso de (B), CCs para o consenso de punir distribuições desiguais e não punir distribuições iguais. Resultados de experimentos anteriores foram replicados, com controle das metacontingências programadas (B) e (C), sem reforço individual programado, nos Experimentos 1 e 2. Em geral, houve replicação dos dados entre Brasil e Noruega. Observou-se maior emissão de culturantes C, seguidos de culturantes B, mesmo em condição sem reforço diferencial (Condição A). No Experimento 2 foi observado maior número de respostas insensíveis às contingências programadas. Na variação do responder das duplas de ambas as nacionalidades, observou-se a (a) emissão indiscriminada de culturantes C, (b) emissão exclusiva de punição e (c) emissão exclusiva de não punição. Os dados obtidos mostraram baixas frequências de desacordos para as duplas norueguesas e brasileiras no Experimento 1 e 2. Observou-se um padrão de emissão de molduras de coordenação entre (in)justiça e (in)equidade similar nos dois experimentos. Foi identificado que, pelo menos 60% das duplas emitiram a moldura de coordenação em alta frequência no transcorrer das quatro condições, com menores frequências nas Condições B, do Grupo 2, Noruega. Esses resultados apontam para alta viscosidade social (aderência de um grupo a normas semelhantes). A viscosidade social, assim como a punição altruísta, tem importância para manter a cooperação em larga escala. O conceito de metacontingência é útil para compreender práticas culturais, incluindo a cooperação e a punição altruísta. Assim como outros procedimentos de punição, a punição altruísta tem utilidade prática em um sistema comportamental. Destaca-se o valor de interfaces da Análise do Comportamento, com a perspectiva culturo-comportamental, em diálogos com outras áreas do conhecimento, em campos tais como a economia, educação e saúde, favorecendo inovações em pesquisas e intervenções. Diferentes tipos de pesquisa básica, aplicada e translacional, nesta abordagem evolucionista com o modelo de seleção por consequências, contribuem para a solução para problemas sociais de alto impacto socioeconômico, e visando a preservação de sistemas ecológicos responsáveis pela sobrevivência de diferentes espécies.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - EMMANUEL ZAGURY TOURINHO - UFPA
Presidente - 2172145 - LAERCIA ABREU VASCONCELOS
Externo à Instituição - LUCAS COUTO DE CARVALHO - UNESP
Externo à Instituição - MARCUS BENTES DE CARVALHO NETO - UFPA
Interna - 1210023 - RAQUEL MARIA DE MELO
Notícia cadastrada em: 18/03/2025 18:15
SIGAA | Secretaria de Tecnologia da Informação - STI - (61) 3107-0102 | Copyright © 2006-2025 - UFRN - app36.sigaa36