Minorias sociais, gênero e representação política: vereadoras negras, indígenas, travestis e transexuais eleitas em 2020
gênero; minorias sociais; representação política; vereadoras; feminismo
Nos últimos anos, uma grave crise política se instalou no Brasil e assistimos o recrudescimento de ideias fascistas e antidemocráticas em nossos dirigentes e na população. Nesse cenário, os limites entre política e religião se tornaram cada vez mais fluidos, o conservadorismo ganhou força e as mulheres e minorias sociais se tornaram os principais alvos de ataque com o desmonte de políticas públicas voltadas a sua inclusão e proteção e a naturalização de violências materiais e imateriais sobre seus corpos. Contraditoriamente, foi nesse contexto avesso a minorias e de recrudescimento do machismo e do conservadorismo que, em 2020, batemos recordes na quantidade de mulheres eleitas no país, chamando a atenção o aumento da quantidade de vereadoras pertencentes a minorias sociais, tendo algumas delas sido as mais votadas em suas cidades. Esse fenômeno aparentemente contraditório é o propulsor desta pesquisa cujo objetivo é, a partir das teorias feminista, decolonial e interseccional, analisar a eleição de vereadoras negras, indígenas, travestis e transexuais no Brasil em 2020, bem como suas agendas, pensamentos e atuação em relação a questões de gênero e feminismos.