Assédio moral e a naturalização da violência: um problema de saúde pública
violência no trabalho; assédio moral; neoliberalismo; saúde
O presente trabalho visa discutir a tese de que a violência estrutura as relações de dominação e exploração do trabalho no capitalismo, com especial enfoque em sua fase neoliberal. Propõe-se o entendimento de que o que vem sendo caracterizado como assédio moral é tão somente uma faceta de uma violência estrutural inerente às explorações laborais do próprio sistema capitalista – em especial, a partir das características da cultura neoliberal. Faz-se necessário pensar a violência a partir de uma perspectiva psicossocial, compreendendo os aspectos culturais, sociais, políticos e históricos do trabalho. Para isso, usaremos a metodologia qualitativa com o objetivo geral de caracterizar a violência no trabalho a partir de suas relações estruturais/estruturantes com a cultura neoliberal. De maneira específica, busca-se: 1. Identificar as características da cultura neoliberal; 2. Analisar diretrizes e orientações de combate e prevenção à violência e ao assédio moral no trabalho de instituições públicas brasileiras; 3. Propor uma ampliação da noção de “assédio moral” a partir de uma perspectiva psicossocial da violência no trabalho; 4. Discutir possibilidades de intervenção e diretrizes de prevenção à violência no trabalho a partir de uma perspectiva psicossocial. Como método, serão apresentados os três estudos a seguir: 1 – Revisão sistemática de políticas e diretrizes públicas no âmbito federal sobre o combate e a prevenção à violência e ao assédio moral no trabalho. 2 – Pesquisa com profissionais e pesquisadores que trabalham diretamente com a demanda do assédio moral. 3 – Coleta de dados com trabalhadores vítimas de assédio e violência. Os resultados esperados corroboram com a possibilidade ampliação dos conceitos de violência e assédio para uma perspectiva psicossocial e política bem como a extensão das possibilidades de atuação perante o fenômeno da violência estrutural.