Essa dissertação é fruto da investigação do Curso ‘‘Defensoras Populares’’ (DPE-GO/2019) realizado em Goiânia (GO), o qual teve foco a capacitação de mulheres em direitos humanos de gênero. Foi construido um caminho de reflexão da práxis pela educação popular em direitos humanos, a luz da teoria crítica ‘‘O Direito Achado na Rua’’, de forma decolonial, horizontal e feminista. Inicialmente, levantou-se a hipótese de que a promoção de uma educação popular em direitos humanos de gênero possui o condão de emancipar as mulheres oprimidas e marginalizadas. O trabalho teve como objetivo geral: conhecer o potencial disruptivo da educação popular de direitos humanos e de gênero para o exercício da cidadania, por meio do estudo de caso, de partícipes do curso ‘‘Defensoras Populares’’ (DPE-GO/2019). Já os objetivos específicos incluíram: desenvolver pesquisa empírica, a fim de conhecer as subjetividades de diferentes opressões e para compreender o materialismo histórico pertinente às sujeitas envolvidas; demonstrar, a partir de lentes contra hegemônicas, decoloniais e de interseccionalidade feministas, a historicidade crítica dos direitos humanos, que envolvem o gênero; demonstrar a educação popular decolonial e seu caráter disruptivo e crítico; bem como, refletir, à luz do Direito Achado na Rua, as práxis desenvolvidas, no “Curso Defensoras Populares’’ (DPE-GO/2019), para emancipação e rompimento de subcidadania. A fim de fundamentar a pesquisa, os estudos foram baseados nas teorias de autores renomados como José Geraldo de Sousa Júnior, Pedro Demo, Roberto Lyra Filho, Kimberle Crenshaw, Lelia Gonzalez, Djamila Ribeiro, Marilena Chauí, Paulo Freire, e outros essencialmente relevantes. Com a realização da pesquisa empírica, foi possível concluir que o Curso ‘‘Defensoras Populares (DPE-GO/2019)’’, revelou para as cursistas uma realidade de direitos de gênero que elas não conheciam. Ademais, instigou, nestas mulheres, o interesse em continuar aprendendo sobre direitos humanos. O Curso, embora não tenha promovido a efetiva libertação das mulheres, tampouco a plena cidadania, conseguiu, através da promoção da educação popular, despertá-las para a realidade capitalista e patriarcal, na qual estão inseridas