Análise metagenômica da diversidade de espécies de Geminiviridae e de agentes subvirais infectando o tomateiro em diferentes biomas brasileiros e produção de clones infecciosos de begomovírus.
Geminiviridae, Solanum lycopersicum, sequenciamento de alto rendimento, tolerância.
A cultura do tomateiro (Solanum lycopersicum L.) possui grande importância para agricultura nacional e internacional. Diversas viroses podem acometer a cultura causando impactos consideráveis. Dentre os vírus que infectam o tomateiro, as espécies classificadas no gênero Begomovirus (família Geminiviridae) merecem destaque. Os begomovírus possuem um genoma de DNA circular fita simples que pode ser monopartido ou bipartido e são separados em dois grupos: begomovírus do Velho Mundo e do Novo Mundo. A transmissão dos begomovírus ocorre por meio de um complexo de espécies crípticas de Bemisia tabaci (Aleyrodidae, Hemiptera) predominando B. tabaci Middle East Asia Minor 1 – MEAM 1 (= biótipo B) e B. tabaci Mediterranean – MED (= biótipo Q). A gama de plantas hospedeiras dos begomovírus é ampla, incluindo dicotiledôneas cultivadas e não cultivadas. Há uma grande diversidade de espécies de begomovírus já descritas e diversas novas espécies vêm sendo caracterizadas na última década. Essa crescente variabilidade ocorre nos begomovírus por três mecanismos distintos: mutação, recombinação e pseudorecombinação. Uma das estratégias promissoras para controle de begomoviroses consiste no uso de cultivares com tolerância. Com a crescente diversidade de espécies, o uso de ferramentas tais como High-Throughput Sequencing (HTS) tem permitido o estudo da diversidade viral e tem sido constantemente utilizado. Estudos prévios têm demonstrado que tomateiros que portam o gene Ty-1 reduzem o número de espécies de begomovírus que infectam o tomateiro e impactam a frequência e predominância destes vírus, agindo como um ‘filtro’ nessas cultivares tolerantes. Além disto, espécies novas e/ou recombinantes podem superar fatores de tolerância presentes na planta hospedeira. Um exemplo é o isolado de DF-640, recentemente descrito pela nossa equipe de pesquisa. Neste contexto, o presente trabalho visa ampliar os estudos de diversidade viral e o impacto de cultivares de tomateiro tolerantes na dinâmica populacional dos begomovírus a nível nacional, uma vez que estas análises ainda estão restritas à região do Brasil Central. Dessa forma, este trabalho tem por objetivo analisar, por meio de HTS, a diversidade de populações de begomovírus nos diferentes biomas presentes em todas as cinco macro-regiões brasileiras em plantas com e sem fatores de tolerância, bem como a detecção e caracterização biológica e molecular de novas espécies virais. Clones infecciosos serão obtidos visando estudar a gama de hospedeiras e confirmar o perfil de virulência de novos begomovírus recentemente descritos. Espera-se contribuir com os programas de melhoramento oferecendo um panorama mais preciso da diversidade dos begomovírus ocorrendo no Brasil em cultivares de tomateiro com e sem fatores de tolerância, bem como gerar clones infecciosos de pelo menos duas novas espécies e espécies amplamente disseminadas no país