"Metagenômica e estrutura genética de begomovírus de plantas daninhas associadas à cultura do tomateiro no Brasil".
Begomovirus, plantas daninhas, Fabaceae, Malvaceae, Solanaceae, High-Throughput Sequencing.
O cultivo do tomateiro (Solanum lycopersicum L.) apresenta importância econômica e social para o setor agrícola do Brasil, assim como para as regiões produtoras do Distrito Federal (DF) e entorno. Os custos de produção de tomate sofrem oscilações, sendo a ocorrência de doenças e pragas/vetores um dos principais motivos. Nesse contexto, se destacam as begomoviroses (causadas por espécies de Begomovirus, família Geminiviridae). Estes vírus possuem uma ou duas moléculas de DNA circular de fita simples, encapsidados por partículas de 18-30 nanômetros. Isolados virais com genoma bipartido (apresentando os componentes DNA-A e DNA-B) predominam no tomateiro no Brasil. Os begomovírus são transmitidos com grande eficiência pelo vetor mosca-branca [Bemisia tabaci MEAM-1 (Middle East Asian Minor-1 = biótipo B)], que apresenta ampla distribuição, alta adaptabilidade a diferentes condições ambientais e extenso círculo de hospedeiras, incluindo diversas plantas daninhas. A introdução de B. tabaci MEAM 1 no DF no início da década de 1990 foi o fator desencadeador de epidemias de begomoviroses em tomateiro, com um subsequente aumento no número de novas espécies de Begomovirus. A presença de plantas daninhas, principalmente classificadas nas famílias Malvaceae, Solanaceae e Fabaceae, dentro e/ou próximas aos cultivos de tomateiro pode interferir nos ciclos epidemiológicos e na estrutura populacional dos begomovírus ao permitir a permanência e/ou fixação de isolados virais em condições naturais. Infecções mistas de vírus com genomas bipartidos são comuns em plantas daninhas, propiciando uma gama de interações do tipo begomovírus-begomovírus dentro das células da planta hospedeira. Essas interações virais facilitam a ocorrência de mecanismos naturais geradores de variabilidade viral como a recombinação e a pseudorecombinação, que podem levar à geração de novas variantes. Estudos de populações ou comunidades virais estão se tornando mais rápidos, mais amplos e de menor custo com o advento de tecnologias mais aprimoradas como High-Throughput Sequencing (HTS). Análises do tipo “viroma” realizadas por meio da combinação de metagenômica e HTS permitem melhor compreensão da diversidade viral. Neste contexto, o presente projeto tem como objetivo geral prospectar a diversidade de begomovírus em plantas daninhas comumente encontradas em associação com o cultivo do tomateiro e elucidar aspectos sobre o potencial papel destas plantas na evolução e na estrutura genética de populações de Begomovirus que infectam esta solanácea no Distrito Federal (DF) e no Brasil.