Transformações Territoriais e a Origem da Região de Carajás: de 1967 a 2018
Território; Formas-Conteúdo; Configuração Territorial; Região de Carajás; Transformações na Amazônia Oriental; Estrada de Ferro Carajás.
A Amazônia foi historicamente incluída nos planos e estratégias governamentais com o único objetivo de explorar seus recursos. Essas práticas efetivaram um dos maiores projetos de exploração mineral na Amazônia. Mas também introduziram fluxos, atores e processos que transformaram territorialmente de maneira irremediável. Na parte oriental da Amazônia, mais especificamente ao longo do eixo logístico mais importante da mineração, muitas dessas transformações podem ser verificadas, sobretudo em razão das formas-conteúdos que passaram a convergir no seu entorno. Para melhor compreensão desses movimentos do território utilizamos conceitos chaves da geografia miltoniana como território usado, formas-contéudos e configuração territorial. Também assumimos que a região de Carajás é uma região arte-fato, na acepção de Haesbaert (2004), e que em razão disso é mais ampla e mais complexa do que a literatura considera. Periodizamos essas incursões analíticas a partir de três marcos significativos: (i) A intervenção Federal na Amazônia: da delimitação da Amazônica Legal ao surgimento do Projeto Ferro Carajás (1952- 1979); (i) Os desdobramentos da implantação da Estrada de Ferro Carajás (1980-1996) e (iii) A síntese de uma região (1997-2017) que mostra como a Vale fez da Amazônia Oriental seu reduto de poder e riqueza ocupando os espaços que o governos (federais e nacionais) deixaram abertos quando invisibilizaram a região. Esses processos são ventilados, tendo como pano de fundo as estratégias dos diferentes governos para intervir na Amazônia e com isso contribuem com o principal objetivo do trabalho que é compreender o papel das políticas públicas (federais e estaduais) nas transformações territoriais da Amazônia Oriental.