Banca de DEFESA: Nina Puglia Oliveira

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Nina Puglia Oliveira
DATA : 28/08/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Remoto
TÍTULO:

Do som cósmico à paisagem sonora: pode uma ontologia da emergência fundamentar a epistemologia de uma geografia sônica? (Ensaio reflexivo).


PALAVRAS-CHAVES:

física acústica ; fisiologia da audição ; linguagens sonoras ; sistemas complexos ; ontologia da emergência ; epistemologia da geografia ; geografia sônica.


PÁGINAS: 180
RESUMO:

Como todo campo científico, a Geografia tem seus modos de modelar e de avaliar fenômenos construídos segundo perspectivas filosóficas (esses modos poderiam ser condicionados por visões sobre mudança e complexificação, por exemplo). Nesta Tese, sugerimos a possibilidade de certas metateorias vinculadas ao pensamento sistêmico (sobre "complexidade" e "emergência", em particular) instruírem, filosoficamente, a definição de um novo subcampo de estudos em ciência geográfica: o da "Geografia Sônica". Neste sentido, enunciamos como sendo nosso problema-guia a seguinte indagação: o fenômeno Som, tendo se manifestado em etapas sucessivas da evolução do Cosmos, pode constituir-se como entidade que colaboraria a efetivar a histórica pretensão da Geografia - qual seja, a de tratar, de modo integrado, aspectos compreendidos como sendo "físicos" e "humanos"? Entendemos que a procura por uma resposta a este objeto de reflexão se justifica por duas razões. Primeiramente, por embutir uma tentativa de trazer para o campo geográfico filosofias que não costumam ser tão aproveitadas pelos epistemólogos de ciências sociais (talvez, devido a um preconceito contra perspectivas entendidas como naturalistas). Em segundo lugar, pensamos que se justifica por advertir a comunidade geográfica sobre a condição do fenômeno sonoro ser ainda um dado subexplorado na análise das paisagens (negligenciando-se seu poder de revelar, justamente, o caráter híbrido e conectivo da natureza). Por isso, os objetivos de nosso ensaio reflexivo terminam cobrindo duas respectivas intenções (ambas, contudo, de caráter teórico - pois não chegamos à fase dos estudos aplicados): [1. na escala ontológica] atribuir ao Som o papel de entidade que narra a complexificação do Cosmos (dados científicos demonstrariam sua ressurgência em dimensões sucessivas e emergentes - física, biológica e cultural, no caso); e [2. na escala epistemológica] conferir à Geografia uma possibilidade alternativa a que realize seu ideal secular (pois, sob uma forma de "espelho" daquelas dimensões emergentes, "Paisagens Sonoras" concentrariam a sobreposição de aspectos materiais, orgânicos e sociais). O pressuposto de base é que esse eventual subcampo "sônico" constituído seria, no fim, uma espécie de Geografia Cultural de alta complexidade - singular, mas sem abrir mão de ser subministrada por dados tanto acústicoambientais (dimensão física do Som), quanto fisiológico-perceptivos (dimensão biológica do Som). No plano do método, executamos o estudo empreendendo o desafio intelectual de compatibilizar literaturas de várias procedências. O desenvolvimento da ideia de uma ciência geográfica que, historicamente, está em busca de métodos fiéis ao desígnio de estudar a Terra como estrutura integrada precisou, por exemplo, ser antecedido por uma história metafísica da própria Terra - etapa preliminar em que, precisamente, procuramos proceder à demonstração de que ela terminou sendo palco para que o fluxo evolutivo do Som fosse encontrando contextos de manifestação cada vez mais complexos: da atmosfera à biosfera; da biosfera à sociosfera. Embora reconhecendo que não foi, propriamente, "testada" uma hipótese implícita (a do valor de uma Geografia Sônica como reconstituinte do antigo propósito filosófico da disciplina), entendemos ter sido possível concluir o seguinte: para não restar na mera retórica de uma ciência diferenciada por ser conectiva, cabe à produção de conhecimento geográfico de fato examinar a constituição multidimensional de seu objeto. E não sucumbir à tentação de ver no humanismo o maior grau possível de complexidade. A dimensão do humano, a chamada realidade sociocultural, não está assentada em processos de todo autonômicos. E o Som seria um fator a demonstrar-nos que os sistemas espaciais de comunicação humana estão associados a processos fisiológicos também verificados em alguns outros sistemas vivos, tanto como permanecem dependentes de processos físicos ligados a sistemas materiais.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - MARCOS ALBERTO TORRES - UFPR
Presidente - 1649624 - DANTE FLAVIO DA COSTA REIS JUNIOR
Externo à Instituição - GILVAN CHARLES CERQUEIRA DE ARAUJO - UCB
Externo à Instituição - OSVALDO FROTA PESSOA JUNIOR - USP
Interno - 2479942 - VALDIR ADILSON STEINKE
Notícia cadastrada em: 24/07/2024 08:47
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