O PARQUE NACIONAL DE BRASÍLIA PARA ALÉM DAS PISCINAS: UMA ANÁLISE DAS PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Área Protegida, Lugar e Território, Socioambiental e Unidade de Conservação.
A Educação Ambiental (EA) é reconhecida como uma importante estratégia na gestão ambiental, especialmente diante das problemáticas socioambientais intensificadas ao longo das últimas décadas. A partir de debates e acordos estabelecidos em conferências internacionais, a EA passou a ser integrada à gestão ambiental com o objetivo de promover práticas que incentivassem a consciência, o engajamento e o sentimento de pertencimento das populações em relação ao ambiente da Unidade de Conservação (UC). Diante de sua relevância, a EA tem sido objeto de análise e discussão em diferentes instâncias e áreas do conhecimento, principalmente no que diz respeito à sua inserção em Áreas Protegidas (APs). Nesse sentido, o estudo teve como objetivo analisar as práticas de EA desenvolvidas no Parque Nacional de Brasília (PNB) entre 2020 e 2024, evidenciando seu potencial como UC para além do seu uso recreativo. Para tanto, foram adotados procedimentos metodológicos fundamentados no método hipotético-dedutivo, organizados em três etapas principais. A primeira consistiu na revisão bibliográfica e documental, com levantamento de legislações, planos e relatórios institucionais relacionados à gestão da UC e à atuação do Núcleo de Educação Ambiental (NEA) do Parque. A segunda etapa envolveu entrevistas estruturadas com servidores, colaboradores e voluntários do NEA, além de observações diretas no campo. Na terceira etapa, os dados coletados foram submetidos à técnica de Análise de Conteúdo, organizados em categorias que permitiram interpretar os significados atribuídos às práticas de EA e os sentidos geográficos de lugar e território nelas envolvidos. Como resultado, a pesquisa evidenciou que as práticas de EA desenvolvidas pelo NEA/PNB, têm extrapolado a função recreativa da unidade, demonstrando seu potencial enquanto espaço educativo e transformador. Diante de desafios institucionais e sociais, observou-se uma atuação significativa junto às comunidades, na perspectiva de fortalecer vínculos afetivos, senso de pertencimento e o engajamento com o território. Tais ações tendem a contribuir para a formação de uma consciência socioambiental crítica e corresponsável, reafirmando o papel do PNB como um lugar e território de aprendizagem e de construção de práticas voltadas à justiça socioambiental, ao uso responsável dos recursos e ao fortalecimento de vínculos.