“PROGRAMA SAÚDE NA HORA: ANÁLISE DO PERFIL DO USUÁRIO QUE ACESSA A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE, NO HORÁRIO ESTENDIDO, POR MACRORREGIÃO DO BRASIL.”
“Atenção Primária à Saúde; Barreiras de Acesso; Horário Estendido.”
“Os desafios para garantir o acesso do usuário à Atenção Primária à Saúde (APS), abarcam aspectos geográficos e organizacionais. Em relação aos aspectos organizacionais destacam-se os horários reduzidos de atendimentos dos serviços da APS. Uma forma de ampliar o acesso dos usuários é estender o horário de funcionamento desses serviços. Visando ampliar o acesso, foi lançado em 2019, pelo Ministério da saúde, o Programa Saúde na Hora (SnH), que viabiliza os serviços da APS implantarem o horário estendido de funcionamento. O objetivo geral deste estudo foi avaliar o perfil dos usuários que acessam à APS no horário estendido do Programa SnH, nas macrorregiões do Brasil, no período de junho de 2019 e dezembro de 2020. Trata-se de estudo de corte transversal com abordagem quantitativa e descritiva, com base na distribuição geográfica dos serviços da APS que aderiram ao programa SnH, e na análise da quantidade dos atendimentos individuais/odontológicos e procedimentos realizados no horário estendido, por faixa etária, sexo, tipo e problema/condição avaliados. O banco de dados foi proveniente do e-Gestor AB e do SISAB. Foi observado que 1.816 unidades de saúde implantaram o programa SnH, sendo 46,1% na região Sudeste, 19,8% na região Nordeste e 15,4%, 9,6% e 9,1% nas regiões Sul, Norte e Centro-Oeste, respectivamente. Foram realizados 6,7 milhões de atendimentos e procedimentos no horário estendido, destes 65,0% foram em mulheres e 35,0% em homens. Em relação à faixa etária, o maior percentual foi de 20 a 59 anos com 58,5%. Sem grandes variações se analisado por sexo. Ao apresentar estes dados por macrorregião observou-se entre os adultos uma variação de 53,5% na região Sudeste e 65,0% na região Norte. Em relação aos tipos de atendimentos, 51,8% foram de atendimento individual, 44,7% de procedimento e 3,5% de atendimento odontológico, ao analisar estes dados por macrorregião, verifica-se uma variação nos atendimentos individuais, de 40,0% a 63,2% nas regiões Norte e Nordeste respectivamente. Já em relação aos procedimentos, a variação foi de 31,3% no Nordeste e 57,8% na região Norte e nos atendimentos odontológicos ocorreu uma variação de 2,2% no Norte e 4,9% no Nordeste. O problema/condição mais frequentemente avaliado, nos atendimentos individuais, em ambos os sexos e macrorregiões, foi a hipertensão arterial, com exceção do sexo feminino na região Norte, que predominou o pré-natal. Já entre os tipos de procedimentos destacaram-se a aferição de pressão arterial e administração de medicamentos. Dentre os atendimentos odontológicos predominou a orientação de higiene bucal e a restauração de dentes. Observou-se que os adultos e mulheres constituem a maior parte do perfil dos usuários que acessam os serviços da APS sendo, na maioria das vezes, para resolver problemas/condições relacionados às doenças crônicas não transmissíveis, como a hipertensão arterial e a diabetes.