"Família de Baixa Renda no Distrito Federal - Um estudo sobre condições socioeconômicas e vidas cotidianas no contexto da Pandemia COVID-2019"
“Pobreza, CRAS, Pandemia, COVID-19, Fome, Discursos.
“A pandemia de COVID-19 provocou além das milhares de mortes, aumento da pobreza, da insegurança alimentar e da fome, do desemprego, dos transtornos mentais e muitos outros problemas sociais. O relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO,2022), registrou o aumento de 150 milhões de pessoas em situação de fome no mundo, desde o início da pandemia, totalizando 828 milhões de pessoas. No Brasil, o enfrentamento destes agravos por parte do governo aconteceu de forma insuficiente no que se refere as estratégias que visam minimizar estes agravos, incluindo os programas de transferência de renda. O Brasil chegou a registrar 51 milhões de pessoas vivendo em pobreza extrema, neste cenário, no primeiro ano de pandemia, a concessão dos benefícios eventuais passou de 3 para 7,8 milhões de pessoas em todo território brasileiro, porém a pobreza continuou em crescimento em nosso país. Pesquisas registram a piora das condições socioeconômicas do povo brasileiro, porém são poucos os estudos que investigam a problemática na perspectiva da percepção das famílias socioeconomicamente mais atingidas. Participaram desta pesquisa qualitativa 27 chefes de família com perfil de baixa renda, que foram atendidos em um CRAS do Distrito Federal durante o período pandêmico. Por meio de entrevistas semi-estruturadas, foram ouvidas suas percepções sobre os efeitos da pandemia em suas vidas cotidianas. Como resultado foi possível compreender de forma mais aprofundada, as dificuldades vividas, em especial sobre trabalho e renda, segurança alimentar, rotina escolar, mudanças psicológicas, obtenção e uso dos benefícios eventuais. Os resultados contribuem para adoção de novas estratégias, criação de programas e políticas públicas que tenham a capacidade de mitigar os efeitos maléficos da pandemia que serão duradouros".