Sob o último fulgor do ocaso, o baile das assombrações
Amor. Assombrologia. Geontologia. Metafísica. Racismo
A seguinte dissertação ocupa-se da relação entre o fazer filosófico e a herança do racismo. Meu argumento central é que a incontornabilidade do evento racial altera inexoravelmente a Filosofia, seja na reconstrução de sua história (antes ou depois da ação colonial em África e nas Américas) quanto nas proposições mais significativas de sua prática. No primeiro capítulo, de caráter mais metodológico, tento alinhar os conceitos que pretendo colocar em diálogo - assombrologia, geontologia, cosmopolítica e a tradição radical negra - para aduzir o nexo inefável entre a Metafísica e a racialidade. No segundo capítulo trato da categoria de sujeito e da noção de humanidade desde a colonização para explicar que Política e Metafísica estão imbricados na configuração de cosmos que lhes dá suporte e, tendo em vista o contexto no qual o sujeito moderno foi erigido, a sujeita/o não-branca(o) é o seu fundamento por excelência enquanto Não-Ser. No terceiro e último capítulo proponho uma pós-metafísica a partir de uma discussão sobre o amor, de onde emerge o conceito de amor espectral enquanto estratégia contra-colonial.