ESPECTROS DE HERDER: RAÇA E NAÇÃO
Raça, Nação, Herder, Denise Ferreira da Silva, Colonialidade.
Esta dissertação busca apresentar ressonâncias/reverberações/espectros de Herder disseminados pela filosofia moderna e pelas ciências pós-iluministas em contraste com os diagnósticos de Denise Ferreira da Silva acerca da “Ideia global de raça”. Esse esforço possui como principal visada o entendimento a respeito do vínculo colonial/moderno entre raça e nação. O trabalho é dividido em duas partes. Na primeira delas, optamos por um foco nos debates do século XVIII, os quais formam as ideias de Herder a respeito da nação e seu contraste com a noção de raça elaborada por Kant. Apresenta-se a carreira de Herder desde sua inicial filiação a Kant, seu primeiro professor, até seguir um rumo distinto, no qual se aproxima de pensadores como Gotthold Ephraim Lessing, Moses Mendelssohn e, principalmente (para o interesse dessa dissertação), Thomas Abbt, que lhe indica um caminho para pensar a nação. Essa fase pós-kantiana é retratada a partir do “Ensaio Sobre a Origem da Linguagem”. Se na primeira parte existe uma aparente separação entre raça e nação, no segundo momento empenhamos maior esforço em demonstrar o vínculo. Apresentamos a leitura feita por Denise Ferreira da Silva no livro “Homo Modernus: para uma ideia global de raça”, de modo a contextualizar o modo como Herder aparece nessa obra, assim como demonstrar sua disseminação nas ciências pós-iluministas. Por fim, apresentamos dois exemplos, em tempos distintos, que demonstram o vínculo moderno/colonial entre raça e nação.